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Para líder do PSDB, renúncia de Sepúlveda mostra que Comissão de Ética Pública perdeu autonomia

O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), considera preocupante a renúncia do presidente da Comissão de Ética Pública, Sepúlveda Pertence. Para o deputado, o pedido do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é a clara demonstração de que o conselho perdeu a independência.

“Sepúlveda Pertence tem histórico de importante serviço prestado ao Brasil. Sempre foi comprometido com a verdade e a ética. Acredito que ele tenha percebido que o conselho não cumpre mais sua função de independência, isenção e imparcialidade”, lamentou o parlamentar.

Ao comunicar a renúncia nesta segunda-feira (24), Sepúlveda afirmou que houve uma “mudança radical” na composição do colegiado e lamentou a não-recondução de dois membros da comissão indicados por ele. O comunicado foi divulgado logo após reunião da comissão no Palácio do Planalto.

Na ocasião, foram empossados três novos conselheiros. Araújo reprovou, ainda, a falta de deliberação do conselho. Desde julho a comissão não realizava reuniões por falta de quórum.

De acordo com Domingos Sávio (MG), a iniciativa de Pertence mostra que ainda existem homens que prezam pela moral e a ética. “Quando um homem da sua envergadura pede demissão da Comissão de Ética da República, é muito grave. É sinal de que esse valor essencial para qualquer governo está comprometido. Pior, a presidente Dilma, ao demitir aqueles que estavam cumprindo bem o seu trabalho, demonstra não querer a ética”, disse.

Para o deputado César Colnago (ES), a postura da presidente Dilma de dispensar os conselheiros Fábio Coutinho e Marília Muricy por pedirem a saída de ministros supostamente envolvidos em irregularidades mostra o ranço autoritário da petista.  “A atitude dela demonstra que a comissão não toma nenhuma providência, não se posiciona, não se pauta com vigor na proteção da ética. O ex-ministro Sepúlveda faz um papel que é do seu perfil correto de não aceitar esse tipo de jogo, porque fica parecendo uma comissão fantoche”, afirmou.

Sávio argumentou que a dispensa dos outros conselheiros aconteceu porque a presidente Dilma não gostou das denúncias que eles fizeram contra alguns ministros do governo petista. “A prova é que ela está demitindo agora aqueles que denunciaram, ou seja, aqueles que de fato possibilitaram a faxina. Então o que nos aguarda pela frente é mais lixo debaixo do tapete. A máscara do PT caiu. O PT não é o partido da moralidade”, ressaltou.

(Da assessoria da Liderança do PSDB/Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Elyvio Blower)