Má gestão


Decisões tardias do governo na área de petróleo e gás são criticadas por Kaefer

As decisões tardias do governo Dilma, anunciadas ontem, de promover o primeiro leilão de blocos petrolíferos da camada de pré-sal da plataforma continental brasileira apenas em novembro de 2013 e de marcar novas licitações para outras em áreas menos profundas para maio do próximo ano foram duramente criticadas pelo deputado Alfredo Kaefer (PR). As críticas dele foram feitas nesta quarta-feira (19) paralelamente à audiência pública da presidente da Petrobras, Graça Foster, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, após a estatal registrar um prejuízo de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre de 2012.

“Precisou da pressão direta dos empresários e de suas entidades nacionais e estrangeiras, entre elas o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), para que o governo Dilma, finalmente, tomasse as decisões depois de se ausentar da abertura do principal evento do setor na América Latina (Rio Oil & Gás) e de frustrar seus participantes”, comentou o parlamentar e empresário.

Ele lembrou que, em 23 de maio deste ano, defendeu a necessidade de a exploração de petróleo na camada do pré-sal ser acelerada, durante o seminário “Desafios da Indústria Brasileira Frente à Competitividade Internacional”. O evento foi promovido conjuntamente por quatro comissões permanentes da Câmara dos Deputados e teve o apoio da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional.

O tucano advertiu na época que, caso a Petrobras – responsável pela exploração de petróleo na camada do pré-sal com base na nova legislação proposta pelo governo Lula – não acelerasse seus investimento e trabalho nesse sentido, haveria uma perda a longo prazo do valor do petróleo e das reservas no pré-sal, a exemplo do que ocorreu com o cobre no Chile.

Kaefer disse, durante o evento, que as mudanças em curso nas matrizes energéticas de países em diversas regiões do mundo tendiam a reduzir a importância do petróleo e dos seus derivados, devido às suas substituições por fontes diferentes e menos poluentes de energia e de combustíveis.

Quadro mais desfavorável
Desde então, conforme observou o deputado tucano, o quadro petrolífero interno e externo tornou-se ainda mais desfavorável ao Brasil com a elevação dos preços do petróleo no mercado internacional e aumento expressivo das importações brasileiras de derivados, sobretudo as de gasolina e de óleo diesel, pela Petrobras que, no segundo trimeste deste ano, registrou um prejuízo enorme e inédito nos últimos 13 anos.

O fato, segundo Kaefer, deveu-se à conjugação de vários fatores econômicos e políticos, entre eles a decisão do governo Lula mantida pela presidente Dilma de impedir a Petrobras de praticar preços de derivados do petróleo compatíveis com os dos mercados dos países desenvolvidos e emergentes, de forma a evitar um aumento maior da inflação. Com isso, a estatal ficou impossibilitada de competir e de gerar recursos suficientes para investimentos em exploração, produção, refino e distribuição de petróleo, inclusive de hidrocarbonetos provenientes no futuro da camada do pré-sal brasileiro. Daí, conforme acrescentou, o aumento grande das importações de derivados.

O parlamentar e empresário afirmou ainda que, com a política predatória adotada pelos governos petistas em relação à Petrobras, os preços das ações da estatal detidas pela União e por acionistas privados se desvalorizaram bastante. Agora a empresa precisa de um choque de gestão e terá, inclusive, maior dificuldade de captar recursos externos para realizar os investimentos necessários em todas as áreas para expandir as ofertas internas de derivados do petróleo e gás natural.

Com isso, conforme concluiu, demorará para a Petrobras reverter o aumento das importações desses produtos que está tornando o Brasil mais vulnerável diante de um contexto internacional cada vez mais conflitoso e desfavorável economicamente.

(Da assessoria do deputado/Foto: Marcelo Brandt – Agência Câmara)

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19 setembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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