Festa pesará no bolso


Kaefer antecipa: Natal dos brasileiros, sobretudo dos menos favorecidos, será mais caro

Cerca de três meses antes do Natal, o deputado Alfredo Kaefer (PR) antecipou nesta terça-feira (18) que será mais caro para os brasileiros a comemoração da festa anual mais importante do calendário nacional, sobretudo para os menos favorecidos. Isso, porque, os preços de aves (como peru) e outros produtos alimentícios serão maiores do que aqueles do ano passado, devido, basicamente, à conjugação de dois fatores: primeiro, reduções de safras de milho, soja (ambas nos Estados Unidos) e trigo (Rússia); e, segundo, à incapacidade do governo Dilma de reagir, em seguida, ao fato com a transferência imediata de seus estoques de grãos existente no Centro-Oeste brasileiro para as regiões Sudoeste e Sul do País, onde se concentram as produções e abate de aves e de suínos.

O segundo fator, segundo o parlamentar e empresário, só não se tornou ainda mais grave devido às dificuldades logísticas, inclusive nos portos brasileiros, que impedem a exportação ainda maior de grãos pelo Brasil. Explicou que os derivados de milho e soja são os principais alimentos de aves e de suínos. Embora, conforme comentou, os preços de grãos tenham desacelerado no atacado, como indicado pelo último Índice Geral de Preços–10 calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o foco das pressões inflacionárias só agora começa a se deslocar para o varejo, onde antes foram detectados movimentos especulativos de preços de frangos e seus derivados. Eles foram, inclusive, denunciados por Kaefer e por entidades empresariais como, por exemplo, a União Brasileira de Avicultura (Ubabef).

No período de setembro de 2011 a agosto de 2012, o índice citado da FGV aumentou 7,95%, que é o maior deste agosto do ano passado. Além disso, segundo ele, o choque externo de oferta agrícola continuará pressionando os custos empresariais com a compra de ração animal feita de milho para a produção de aves e suínos. Esses custos, na opinião do deputado e industrial, correspondem a maior parte dos custos empresariais, sendo que o governo demorou a reduzir outros como a energia e a contribuição previdenciária sobre as folhas de pagamentos, bem como a disponibilizar recursos para o capital de giro das empresas.

Lembrou que a sua proposta de o governo federal adiar por três meses o recolhimento de seus tributos para os setores em dificuldades financeiras, entre eles o aviário e o suíno, foi desconsiderada pelas autoridades, assim como aquela da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para que o adiamento fosse, pelo menos, de 60 dias. Em contrapartida, o governo Dilma abriu mão de receitas expressivas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular o consumo e a produção de bens de consumo, em vez de se preocupar mais com a segurança alimentar dos brasileiros.

Kaefer acrescentou que a recuperação, ainda que inexpressiva, do Produto Interno Bruto brasileiro, a partir de agosto último, devido aos estímulos à indústria automobilística, de eletrodomésticos e outros produtos duráveis deverá contribuir para aumentar ainda mais os índices de preços, depois que houver a retirada da desoneração de IPI para os primeiros ainda neste ano. Com isso, os índices ficarão acima da meta governamental, segundo o deputado paranaense, e possivelmente o Brasil registrará, ao mesmo tempo, inflação maior com crescimento menor do PIB, dentro de um contexto internacional cada vez mais difícil econômica e politicamente nos países desenvolvidos e emergentes.

O parlamentar do PSDB concluiu que o governo Dilma terá de atuar mais na manutenção da taxa de câmbio em torno dos atuais R$ 2,00 em relação ao dólar, depois de deixá-la chegar a R$ 1,69, ao final de fevereiro último, quando o Brasil importou mais e exportou menos. Além disso, o governo petista deverá interromper a queda de juros básico (Selic) do mercado, após reduzi-la tardia e sucessivamente para 7,5%.

A seu ver, a liberação recente de R$ 30 bilhões de depósitos bancários no Banco Central (os chamados depósitos compulsórios) é indicativo que se está recorrendo a outro instrumento monetário para evitar nova queda de juros, capaz de dificultar ainda mais a atração de capitais externos necessários ao equilíbrio do balanço de pagamentos do Brasil. Assim, na sua opinião, entre os possíveis instrumentos macroeconômicos resta apenas margem para se reduzir e racionalizar a arrecadação de tributos, por meio de uma reforma possível (Proposta de Emenda Constitucional nº 511, de sua autoria). Com isso, evitar-se-á que o aumento contínuo da carga tributária (hoje de cerca de 40% do PIB) tenha o efeito contrário de reduzir a arrecadação pública devido à incapacidade de o setor empresarial e as famílias continuar suportando o excesso tributário e, respectivamente, ter de diminuir suas produção e consumo.

(Da assessoria do deputado/Foto: Roberto Brandt – Ag. Câmara)

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18 setembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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