Cabides de emprego


Criação recorde de estatais pelo governo petista aumenta custos e incha a máquina pública, criticam tucanos

Os deputados Nilson Leitão (MT) e Raimundo Gomes de Matos (CE) criticaram nesta segunda-feira (17) a criação deliberada de estatais na gestão petista. Levantamento feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo” mostra que durante os dez anos do governo do PT foram abertas oito novas empresas públicas. É mais do que em todos os governos anteriores, desde a ditadura militar. O Planalto avalia a criação de mais duas entidades ainda neste ano.

Para os deputados, o baixo resultado dessas empresas não justifica a existência das mesmas. Elas geram custos, servem de cabide de emprego e incham a máquina pública, que deveria ser enxugada. Em fevereiro, tucanos estiveram no Palácio do Planalto e entregaram uma proposta de reengenharia do Executivo. A proposição prevê a extinção ou fusão de alguns ministérios, redução de cargos e gastos com diárias, passagens e despesas de locomoção. Como destacam os parlamentares, o partido da presidente Dilma está na contramão desse corte de custos.

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“A criação de empresas que praticamente monopolizam quase tudo no país e enfraquecem a iniciativa privada mostra que o PT pensa apenas em um projeto de poder, utilizando de forma mais sutil o mesmo sistema existente hoje na Venezuela. O projeto petista é tomar conta do país como fosse dono dele”, destacou Nilson Leitão. Ele lembra que, enquanto Lula e Dilma assinaram a criação de oito estatais, apenas duas foram instituídas pelos antecessores desde o fim da ditadura militar.

Para o tucano, é preocupante pensar que o governo cria empresas para gerir setores, mas as utiliza para alocar apadrinhados políticos. “A fórmula é perigosa. O Brasil terá poucos donos. Dez ou 12 pessoas comandarão a comunicação, os minérios, a aviação, e tudo indicado pelo governo petista. Isso leva o país a passar de uma democracia para uma nova ditadura”, alertou.

Segundo Gomes de Matos, falta compromisso com a qualidade das ações do Executivo, inclusive na criação dessas empresas. O tucano afirma que o Brasil perde oportunidades em diversas áreas porque o governo insiste em nomear pessoas sem competência gerencial para cargos importantes. “Áreas essenciais estão com déficit de pessoal qualificado em virtude do apadrinhamento político. Isso gera gargalos para o país”, afirmou.

Na avaliação do deputado, o enxugamento da máquina precisa ser feito o quanto antes. “Precisamos de uma reforma administrativa e a partir daí termos os investimentos na área portuária, em relação aos minérios, no setor de inovação e em diversos outros”, disse. Nos planos do governo estão a formação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a Autoridade de Gestão Portuária. A primeira intermediaria a relação entre centros de pesquisa tecnológica e o parque manufatureiro e a segunda coordenaria os portos, monitorando chegadas e partidas de navios.

R$ 3,3 bilhões
Seria a economia anual de recursos públicos caso o governo federal adotasse o projeto de enxugamento da máquina pública proposto pelo PSDB ao Planalto em fevereiro.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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17 setembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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