Atraso inaceitável


Falta de planejamento estratégico e de logística é denunciada por Kaefer em entrevista à TV Câmara

O deputado Alfredo Kaefer (PR) é o convidado do “Palavra Aberta”, programa da TV Câmara que será exibido nesta terça-feira em três horários (7h45, 12h30 e 20h) com transmissão simultânea pela Rádio Câmara. O tucano critica a falta de planejamento estratégico no Brasil, inclusive para formação de estoques reguladores de produtos agrícolas no mercado. Este problema é agravado pelas falhas de logística que dificultam o transporte dos produtos entre regiões produtoras e consumidoras de grãos.

A situação, segundo o parlamentar e empresário, é nefasta porque está faltando insumos agrícolas no Brasil para os setores aviário e suíno em algumas regiões, enquanto que em outras há grãos estocados. Kaefer comenta que o país é continental e o milho está estocado em Goiás e no Mato Grosso, enquanto os grandes centros produtores de aves e suínos concentram-se no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

A seu ver, o governo precisa agir rapidamente para superar o problema hoje existente e minimizá-lo com a adoção de medidas pró-ativas. Com isso, poderá evitar a desorganização ainda maior do setor produtivo e a continuidade dos aumentos de preços dos produtos agrícolas e seus derivados. Esses são indispensáveis à alimentação de aves e suínos, que foi prejudicada pela seca nos Estados Unidos a partir da qual aumentaram os preços de grãos (commodities agrícolas) no mercados interno e externos.

Kaefer analisa também o quadro econômico mundial, a partir de 2006 e 2007, quando a economia estava estável e o governo Lula poderia ter aproveitado para a tomada de decisões macroeconômicas importantes (juros, câmbios e tributos) e para fazer reformas pendentes.

“O governo deveria na época ter impulsionado a economia e criado mecanismos de expansão”, apontou. No entanto, conforme observa, isso não ocorreu e, em seguida, ocorreu a crise de 2008. E, para combatê-la e evitar uma queda maior do Produto Interno Bruto (PIB) recorreu aos estímulos ao consumo e à produção de bens duráveis, a exemplo do que ocorreu também no governo Dilma. Este iniciou 2012 com estimativa de crescimento do PIB de 4,5%, após o aumento de apenas 2,7% em 2011, e agora admitiu que o deste ano será ainda menor (2%), quando o mercado prevê expansão inferior, sendo que, a seu ver, o índice deve ficar em torno de 1,5%.

O deputado lamenta o uso inadequado de instrumentos para estimular a poupança e o investimento, desde o governo Lula, enquanto aumentam os gastos das famílias e as despesas públicas correntes. Além disso, na sua opinião, o governo manteve, até recentemente, uma situação cambial que valorizou o real em relação ao dólar, estimulando a importação de produtos e desestimulando as exportações, sendo que só recentemente recorreu a uma taxação maior de algumas compras no exterior e à desoneração previdenciária para aumentar a competividade dos produtos brasileiros. Porém, resiste em fazer a reforma tributária para reduzir a carga de impostos em relação ao PIB brasileiro.

Ainda segundo o parlamentar e empresário, o emprego que, no Brasil ainda está em nível comparativamente bom em relação a outros países, poder ser afetado no futuro, diante da demora governamental na tomada de decisões importantes.

(Da assessoria do deputado/Foto: Ag. Câmara)

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17 setembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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