Choque de gestão já


Kaefer: erros dos governos petistas causam também distorções trabalhistas e sociais

Os erros de decisões econômicas e administrativas do governo Dilma Rousseff, na sequência daqueles do governo Lula, estão provocando também distorções trabalhistas e sociais nos setores privado e público, segundo o deputado federal do PSDB/PR e empresário Alfredo Kaefer. Entre os erros, destacou a prioridade atribuida à produção e venda de bens de consumo, sobretudo automóveis, em detrimento, até mesmo, de produtos essenciais à alimentação dos brasileiros (proteínas animais etc.).

Prova das distorções citadas no setor privado, na sua opinião, são os anúncios atuais de tratamentos trabalhistas diferenciados concedidos aos metalúrgicos da região paulista do ABC, onde há os melhores salários pagos pela indústria brasileira devido às maiores organização e força dos sindicatos metalúrgicos. Ou seja, dentro e uma mesma categoria de trabalhadores privados estão sendo criadas diferenciações por causa das situações atuais diversas de crescimento dos segmentos de tratores, caminhões e carros. Eles, até recentemente, cresciam em igualdade de condições (financeira, tributária etc.)

As montadoras de carros do ABC fecharam acordos com seus trabalhadores de aumentos acima da inflação e concessão de abono salarial de R$ 3.250,00, enquanto que os reajustes obtidos por aqueles dos fabricantes de caminhões no dissídio anterior – previsto para vigorar em 2012 – foram adiados para o início de 2013. Além disso, esses fabricantes garantiram apenas a manutenção dos empregos durante o mesmo período, devido à crise atual resultante da baixa demanda de caminhões. Ela os obrigou, até mesmo, a cortar um dia de trabalho nas suas fábricas para evitar o aumento excessivo de estoques.

A crise no setor de caminhões, segundo o parlamentar e empresário, deve-se à prioridade errada atribuída pelos governos petista, desde a crise mundial iniciada em 2008, ao consumo de bens duráveis, em vez de estimular investimentos em outros setores industriais, na agropecuária e em serviços, responsáveis pela maior demanda de caminhões. Esses transportam, ainda que inadequadamente, a maior parte de produtos no Brasil, em detrimento de outros meios mais baratos: ferroviário, hidroviário e cabotagem.

Distorções também no setor público
A seu ver, as distorções econômicas e administrativas não são apenas responsáveis por aquelas trabalhistas e sociais atuais do setor privado, mas, também, pelas existentes no setor público. Lembrou que o governo Dilma fechou acordos com a maioria dos sindicatos de funcionários civis federais de reajustes de cerca de 15%, distribuído ao longo de três anos, enquanto, no mesmo período, os militares receberão reajuste total equivalente ao dobro.

Acrescentou que, embora tenha se manifestado contrário às greves e a concessão de reajustes acima da inflação para os funcionários federais, reconhece a existência de disparidades entre as diversas carreiras dos civis, inclusive entre aquelas que fazem parte das consideradas típicas do Estado. Além disso, defendeu uma maior isonomia entre as remunerações dos funcionários do Executivo, Legislativo e Judiciário que levem em consideração a especificidade de cada carreira dos três poderes da União.

Para isso, conforme afirmou, há necessidade da realização de estudos sérios sobre reestruturação de carreiras e outros de forma a melhorar a relação custo/benefício do serviço público brasileiro quando comparada com aquelas existentes em países emergentes e desenvolvidos. São com eles que o Brasil tem de competir interna e externamente.

Nesse sentido, Kaefer reiterou a necessidade de um choque de gestão para se corrigir as falhas de planejamento e gestão dos governos petistas, resultantes de um modelo de número excessivo de Ministérios e de órgãos subordinados. O modelo privilegia a obtenção de apoio político de vários partidos ao PT e seus governos, em vez da necessária eficiência pública que baixe custos e estimule investimentos privados.

Lembrou que, em menos de dois anos de governo Dilma, cerca de uma dezena de ministros foi demitida por corrupção, malversação de recursos públicos ou motivo político, como, por exemplo, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, para garantir o apoio da sua sucessora, senadora Marta Suplicy, ao candidato petista à Prefeitura de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.

(Da assessoria do deputado/ Foto: Gilberto Nascimento – Agência Câmara)

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12 setembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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