Indicadores preocupantes

Kaefer: Dilma tem dificuldades para corrigir erros dos governos petistas

A presidente Dilma Rousseff está tendo grande dificuldade não apenas para corrigir os erros cometidos nas políticas macroeconômicas, energética, industrial e agropecuária dos governos Lula – quando neles ocupou posições de destaque -, mas, também, aqueles mantidos ou agravados durante a sua própria gestão na Presidência da República. A avaliação é do deputado Alfredo Kaefer (PR) diante de indicadores econômicos recentes, de decisões e de omissões relativas às citadas políticas.

As previsões agora divulgadas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas, de inflação de 5,4% e de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,3%, em 2012, são piores que as anteriores, sendo que o último percentual contribuirá também para o superávit primário do setor público de apenas 2,4%, contrariando, segundo Kaefer, todas as estimativas anteriores feitas pelo governo Dilma.

Falta energia mesmo com tarifas altas
A seu ver, as previsões preocupantes do Ibre, inclusive para 2013, são as provas de erros cometidos em decisões e omissões dos governos petistas desde 2003, quando, por exemplo, os aumentos das tarifas (MW/h) para as empresas descolaram-se do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e acumularam altas até 2011 de, respectivamente, 201% e 87%, sem que os investimentos em geração, transmissão e distribuição de energia tenham sido suficientes para acompanhar a demanda dos consumidores empresariais e residenciais. Brasília e suas cidades satélites, por exemplo, têm registrado constantes faltas de energia elétrica.

Agora, conforme Kaefer, o governo Dilma está tendo de eliminar tardiamente encargos sobre as contas de energia elétrica dos consumidores para reduzir as tarifas empresariais em até 28% e as residenciais em 16%. A decisão, embora seja positiva, é insuficiente para o parlamentar e empresário no sentido de reduzir o citado custo e outros componentes do chamado Custo Brasil.

Uma redução maior dos custos, na sua opinião, só seria possível com uma melhor gestão governamental, inclusive das agências reguladoras, e com a redução da carga tributária, acompanhada de distribuição mais justa da arrecadação pública entre os diversos entes federativos (União, Estados, Municípios e DF), conforme sua Proposta de Emenda Constitucional nº 511, de 2010, cuja votação está parada na Câmara por pressão contrária petista.

Derivados de petróleo aumentarão
Segundo Kaefer, outros erros de gestão e de prática de preços no setor energético ocorreram quanto às produções de petróleo e seus derivados, cujos preços estão defasados, sobretudo os de óleo diesel e gasolina, na tentativa governamental de conter a inflação, a exemplo do registrado no passado antes do governo FHC. O previsível reajuste desses derivados para possibilitar a geração de recursos para investimentos da Petrobras em exploração e produção de petróleo e gás natural elevará, segundo o Ibre, a inflação em 2013 para cerca de 6%, contra os 5,4% de 2012, ambos medidos pelo IPCA.

Os problemas anteriores e atuais na área energética contribuíram para agravar aqueles existentes nos setores industrial e agropecuário, inclusive os relativos ao transporte de seus produtos. Kaefer afirmou que o governo federal está, por exemplo, com dificuldades para transferir seus estoques de milho do Centro-Oeste para o Sudoeste e o Sul do Brasil, onde se concentram as produções de aves e suínos.

Leilões tardios para transporte de milho
O problema, segundo o parlamentar destacou em discurso no Plenário da Câmara na semana passada, poderá contribuir para o desabastecimento de frangos e seus derivados, devido ao caos na oferta de insumos ao setor e a outros (suínos e bovinos), provocado pela alta expressiva dos seus preços nos mercados interno e externo devido às quebras de safras nos Estados Unidos e no Sul do Brasil.

A Companhia Nacional de Abastecimento, órgão governamental, terá de fazer novo leilão para transporte de milho, no próximo dia 14, porque o do último dia 6 não teve propostas dos transportadores. Enquanto isso, segundo Kaefer, os problemas estão se agravando e os preços dos produtos avícolas e outros estão aumentando e pressionando ainda mais a inflação.

(Da assessoria do deputado/ Foto: Marcelo Brandt/Agência Câmara)