Mudança de paradigma

Supremo sinaliza fim da impunidade ao condenar mensaleiros, afirmam parlamentares

Os deputados Nilson Leitão (MT) e Raimundo Gomes de Matos (CE) acreditam que o Supremo Tribunal Federal (STF) começa a dar sinais de que a impunidade para quem desvia recursos públicos está com os dias contados. Cinco mensaleiros já foram condenados no julgamento do mensalão, sinalizando uma mudança de paradigma no órgão, que começa a fazer história.

Para Leitão, a Corte coloca uma pá de cal nos atos irregulares cometidos por governantes sem responsabilidade com o dinheiro público. “É o momento de o Supremo Tribunal Federal dar esse basta e, acima de tudo, um exemplo de que chegou ao fim a impunidade da corrupção. A simbologia da condenação dos mensaleiros sem dúvida nenhuma dá um alento à população. E, mais do que isso, uma esperança de que o Brasil começa a trilhar por um caminho da honestidade”, afirmou. Leitão destaca que há suspeitas de outros focos de desvios de recursos públicos que precisam ser investigados, como no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e na Copa do Mundo de 2014.

Gomes de Matos diz que a sociedade cobrava um posicionamento da Justiça quanto aos atos de corrupção praticados por autoridades. De acordo com o tucano, os ministros estão dando essa resposta à nação. “O Supremo está mostrando à população qual é o partido que coordenou o maior desvio de recursos públicos no país, que é justamente o Partido dos Trabalhadores. Essa nova sinalização vai fazer com que as práticas hoje preponderantes no PT sejam mais fiscalizadas pela sociedade”, disse.

A leitura dos votos do julgamento, que está sendo feita por partes, entrou em uma nova fase com o relato da participação de dirigentes do Banco Rural no esquema. O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, condenou nessa segunda-feira (3) Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinícius Samarane por gestão fraudulenta de instituição financeira. Segundo Barbosa, Kátia e José Roberto assinaram a quinta renovação do falso empréstimo às empresas do publicitário Marcos Valério mesmo havendo parecer com ressalvas à operação.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)