Votação histórica


Condenação de petista no mensalão põe fim à sensação de impunidade, destacam deputados

A condenação do primeiro político no julgamento do mensalão põe fim à sensação de impunidade no país, na opinião dos deputados Nelson Marchezan Júnior (RS) e William Dib (SP). A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. A corte concluiu nesta quinta-feira (30) o primeiro dos oito capítulos do processo. De acordo com os tucanos, o resultado simboliza o combate à corrupção. Segundo eles, a votação histórica abre caminho para mais punições, o que causa temor no PT de um “efeito dominó”.

“A votação é histórica pela simbologia que ela tem de penalizar, de efetivamente punir, de estabelecer uma condenação para a corrupção no Brasil. Isto é o símbolo de combate à impunidade. É um não à corrupção”, afirmou Marchezan.

O deputado considera a condenação simbólica. “Esse julgamento é muito maior que a condenação de um petista. É a punição de um governo e daquilo que ele simbolizou, que foi o apodrecimento das estruturas públicas em benefício de estruturas privadas, partidárias e pessoais”, declarou.

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Para Dib, o resultado demonstra que a justiça está sendo feita. “O Supremo dá uma lição da independência dos poderes e mostra que acabou esse ciclo de impunidade. A condenação é exemplar e deve ser seguida de outras condenações de quem de fato se envolveu com esse projeto que fez muito mal ao país”, disse.

No entanto, segundo o parlamentar, não há o que comemorar. “A justiça está sendo feita, mas há tristeza em saber que um partido chegou ao poder utilizando mecanismos não democráticos, não republicanos, muito mais parecidos com quadrilha”, completou.

A partir de agora, o plenário analisará o capítulo referente a crimes contra o sistema financeiro atribuídos à diretoria do Banco Rural.

Sócios no crime

→ João Paulo Cunha é acusado de receber R$ 50 mil para beneficiar agência do empresário Marcos Valério em contrato com a Câmara dos Deputados quando era presidente da Casa.

→ O STF também condenou, por nove votos a dois, Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, e os sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz nos crimes de corrupção ativa e peculato por desvios na Câmara.

→ Por dez votos a zero, a corte condenou também o grupo de Valério e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato por desvios no Banco do Brasil.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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30 agosto, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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