Confiança na punição


Expectativa para nova fase do julgamento do mensalão é positiva, avalia Imbassahy

O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) entra em uma nova fase com a leitura do voto do relator, ministro Joaquim Barbosa. O deputado Antonio Imbassahy (BA) torce para que a Justiça brasileira saia fortalecida com a sentença. A etapa de defesa dos réus levou duas semanas e foi marcada por acusações a personagens falecidos e tentativas de minimizar os crimes. Para Imbassahy, a condenação da maioria dos acusados é praticamente certa e servirá como exemplo ao país.

“A minha confiança é absoluta de que a Justiça vai condenar os réus do mensalão. O esquema foi comprovado, não apenas por meio de vídeos, mas com provas factuais, como notas fiscais e fotografias, o que mostra que houve realmente uma operação de desvio de recursos públicos em benefícios de partidos políticos e também de patrimônios pessoais”, destacou.

Na avaliação do deputado, as exposições dos advogados não trouxeram nada novo. Para ele, a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi completa e as defesas feitas nos últimos dias não devem ajudar os envolvidos a escapar da condenação. “A defesa dos advogados dos réus nesse período foi uma verdadeira ladainha. Nada ficou que se pudesse contrapor à peça muito segura que o procurador apresentou”, destacou.

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Em entrevista ao jornal “O Globo”, Gurgel classificou de “ladainhas” as falas da defesa e ressaltou que foram utilizados argumentos fracos como os de tentar culpar pessoas falecidas ou de reduzir as práticas ilícitas a crimes políticos. De acordo com Imbassahy, os argumentos nada pouco convincentes deixam clara a existência do esquema. “Fica cada vez mais comprovada a existência da quadrilha e vamos agora aguardar com muita confiança a decisão do Supremo”, disse.

O parlamentar acredita que a democracia experimentará um novo tempo após o julgamento. De acordo com ele, a sensação de impunidade para políticos corruptos será dissipada. “Temos uma oportunidade extraordinária de fazer uma modificação na conduta, nos costumes e no comportamento de políticos, governantes e empresários. Vai ser um avanço significativo para as práticas democráticas, na direção de mais decência, sempre pensando em trabalhar com espírito público respeitando o dinheiro da população”, afirmou.

Com o fim das exposições, o ministro Barbosa venceu em plenário a maioria das questões preliminares, rejeitando os questionamentos dos advogados sobre decisões tomadas no processo. A expectativa agora gira em torno do formato do voto do ministro – se fracionado em réu por réu e crime por crime, ou em bloco. Há ainda a possibilidade de Barbosa fazer um voto sucinto, resumindo as decisões.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola / Áudio: Elyvio Blower)

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16 agosto, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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