Resposta à sociedade

Deputado pede punição a mensaleiros e fim da impunidade no país

Em discurso nesta terça-feira (14) o deputado Vanderlei Macris (SP) destacou o descrédito da sociedade em relação ao julgamento do mensalão e cobrou do Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação dos culpados e o fim da impunidade. O tucano criticou a tentativa da defesa dos réus de minimizar os crimes cometidos e alegar a existência de caixa dois como única irregularidade cometida. Segundo ele, o pagamento de propina foi comprovado e os brasileiros têm consciência disso.

“O mensalão foi e é o maior esquema de corrupção enfrentado por esse país”, afirmou. Ele ressaltou que a pesquisa Datafolha divulgada no último domingo mostra que 83% dos entrevistados acreditam que o mensalão existiu e foi baseado na compra de apoio parlamentar mediante pagamento de propina, como sustentou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

O tucano lembrou que, apesar de 73% das pessoas ouvidas no levantamento torcerem para que os acusados sejam mandados para a cadeia, apenas 11% acham que isso acontecerá. Só 5% torcem para que sejam inocentados, mas 43% desconfiam que esse será o resultado do julgamento.

Macris acredita que o Supremo dará uma resposta ao país. “Uma nova geração não pode ser frustrada com uma decisão que absolva os atores dessa página negra da história do Brasil. Espero que o STF dê uma resposta contra a impunidade e aja em benefício da democracia. O julgamento já é prova de que a Justiça está mudando”, afirmou.

Para o deputado, a democracia foi duramente prejudicada após o escândalo do mensalão e a condenação dos culpados ajudará o país a recuperar a crença no Estado Democrático de Direito.  “Dirigentes do PT foram denunciados por montar uma organização criminosa arquitetada para a compra de congressistas. Uma ação comprovada na direção de surrupiar dinheiro público para conduzir um projeto de poder baseado no apoio do Congresso Nacional”, afirmou.

Segundo ele, desculpas como “caixa dois” ou “erro político”, usadas pelos advogados, não serão suficientes para inocentar os acusados. “A sociedade exige um país transparente, claro, ético e é por esse anseio que o parlamento precisa trabalhar”, disse.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)