Fundo do poço


Ingerência política tem provocado graves prejuízos à Petrobras, alerta Imbassahy

O deputado Antonio Imbassahy (BA) foi à tribuna nesta terça-feira para cobrar do governo Dilma mudança nos rumos da Petrobras, sob pena de graves prejuízos para os acionistas e para a imagem de uma empresa motivo de orgulho para os brasileiros. De acordo com o tucano, a excessiva ingerência política dos governo petistas vêm colocando a estatal em situação de risco. “Quais as razões da desvalorização do valor de mercado da Petrobras? São vários: menor receita, menor lucro operacional, câmbio desfavorável, mas o principal é a ingerência política no planejamento técnico da empresa, fazendo prevalecer em sua agenda algo não realista e com propósito de pura propaganda de governo”, reprovou Imbassahy.

Em seu pronunciamento, o tucano destacou números que mostram a queda brusca do desempenho da Petrobras, que perdeu em 15 de maio, no pregão da Bovespa, a liderança de maior empresa por valor de mercado da América Latina para a colombiana Ecopetrol.

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O valor de mercado da estatal brasileira fechou, naquela data, em cerca de US$ 123,8 bilhões, com queda de US$ 31,5 bilhões no acumulado deste ano. No segundo trimestre de 2012, a petrolífera registrou prejuízo de R$ 1,3 bilhão, mostrando que a companhia “chegou ao fundo do poço”, segundo o deputado do PSDB.

“Na opinião de analistas, como Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, esses prejuízos da Petrobras mostram que a empresa não aguenta mais ser instrumento da política econômica. Se isso continuar, a estatal vai caminhar para sua destruição”, alertou.

Além das estatísticas, o deputado recorreu a outros exemplos para ilustrar a gestão desastrosa da empresa, como o abandono na busca por novas reservas que não estejam na camada pré-sal e a decisão da construção de quatro refinarias com objetivos puramente eleitoreiros, sem que houvesse planejamento. O prejuízo milionário com a venda da refinaria de Pasadena, nos EUA, também foi destacada pelo deputado.

No discurso, o tucano lembrou a polêmica provocada durante a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2013 com a tentativa do governo de tirar a estatal dos limites estabelecidos por dois mecanismos nacionais de registro de preços: o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, mantido pela Caixa Econômica Federal e pelo IBGE, e do Sistema de Custo Rodoviários, o Sicro.

De acordo com o deputado, o Tribunal de Contas da União criticou a iniciativa do Planalto, lembrando que a atual lei estabelecendo o regime diferenciado já permite a contratação de obras com preço diferente das tabelas quando houver a necessidade. “Segundo o TCU, em nota divulgada logo após a aprovação final da LDO, pretende-se com o regime antigo prevenir a ocorrência de várias irregularidades, a exemplo de sobrepreços, superfaturamento, jogo de planilha e jogo de cronograma. Felizmente prevaleceu a norma geral, e a Petrobras terá que cumprir as determinações legais para suas licitações”, apontou.

(Da redação/Foto: Brizza Cavalcante – Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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14 agosto, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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