Confissão de culpa


CPI dará passos importantes com depoimento de Cavendish e quebra de sigilos, acredita Macris

A CPI Mista do Cachoeira aprovou nesta terça-feira (14) a reconvocação do contraventor Carlos Cachoeira e marcou o depoimento do ex-presidente da Delta Fernando Cavendish para o dia 28. Os parlamentares acataram ainda a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de empresas supostamente usadas para lavar dinheiro e da mulher do bicheiro, Andressa Mendonça. Na avaliação do deputado Vanderlei Macris (SP), essas medidas representam passos importantes na investigação.

“Sem dúvida a vinda do Cavendish aqui é muito importante. Até acredito que ele deva ficar calado, mas sua presença na CPI, mesmo com o silêncio, é fundamental, pois será uma confissão de que a Delta é altamente envolvida nesse esquema”, destacou. A empreiteira é a principal parceira do governo federal em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e possui contratos em quase todos os estados do país. Foram aprovados pedidos de informações de contratos com os governos de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e do Distrito Federal.

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“Esses documentos são fundamentais para que a CPI possa construir um relatório sobre essa organização criminosa e identificar quem eram de fato os integrantes dela”, destacou Macris. “Além disso, a quebra de sigilo de empresas laranja, que tinham dinheiro repassado pela Delta, e da atual mulher de Cachoeira também foram passos importantes que conseguimos dar hoje”, completou

O deputado Domingos Sávio (MG) sugeriu a aprovação de pedido para todos os governos estaduais explicarem seus contratos com a Delta, mas a proposta não foi aceita por deputados e senadores da base do governo.

Sávio e Carlos Sampaio (SP) defenderam a criação de sub-relatorias, mas a proposta foi rejeitada. Na avaliação dos parlamentares, a CPI teria mais agilidade com a atuação de sub-relatores. “Estamos de fato com muito trabalho e seria extremamente positivo”, afirmou Sávio.  “A melhor metodologia de trabalho seria a divisão de serviço onde todos dessem subsídio ao relator”, pontuou Sampaio. Para os tucanos, os governistas preferem concentrar o trabalho para politizar a CPI.

Outro pedido aprovado foi o de convite ao deputado Carlos Alberto Leréia (GO). O tucano sempre garantiu que daria as explicações necessárias ao colegiado. No início de maio, Leréia chegou a enviar pedido à CPI para prestar depoimento. A data da oitiva ainda não foi definida.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)

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14 agosto, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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