Medida tardia

Pacote de privatizações do governo é lançado com atraso, reprovam deputados

A lentidão do PT em reconhecer os benefícios de privatizações em setores de infraestrutura atrasou o país. A análise foi feita pelos deputados Rodrigo de Castro (MG) e Antonio Imbassahy (BA) sobre o anúncio de que a presidente Dilma Rousseff deve fazer novas privatizações em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.

Para Castro, a medida chegou tarde. Segundo ele, a participação da iniciativa privada é fundamental no setor de infraestrutura. O deputado lembra que os petistas esbravejaram quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou as privatizações, mas agora se rendem ao jeito do administrar do PSDB. “O PT foi contra o país e de maneira muito severa criticou o PSDB. E continuou com essa crítica durante os últimos 10 anos. Mas agora, finalmente, o partido viu que o governo não é capaz de fazer tudo sozinho e adota um modelo de privatização. É uma pena para o país ter perdido 10 anos por conta da teimosia e do atraso do PT”, afirmou.

Imbassahy acredita que o pacote previsto para ser anunciado nos próximos dias pela presidente não traz nenhuma surpresa. De acordo com ele, o problema foi a lentidão do governo em assumir que o melhor caminho para executar obras de infraestrutura é com a iniciativa privada. Para o tucano, com essa medida o PT reconhece o modelo adotado pelo ex-presidente FHC.

“Lamentamos muito que isso chegue com tanto atraso. Na verdade, o PT está reconhecendo a cada dia que passa o bem que o governo do PSDB fez pelo Brasil. E agora, ao anunciar a privatização de mais aeroportos, portos e estradas, demonstra sua incoerência, sua incapacidade de trabalho”, disse.

De acordo com a revista “Veja” desta semana, na próxima quarta-feira a presidente anunciará um conjunto de decisões, inclusive a privatização de pelo menos cinco portos, 50 mil quilômetros de rodovias, 12 mil quilômetros de ferrovias e cinco aeroportos. A revista informa que o portentoso pacote de privatizações de Dilma começou em março, quando 28 dos maiores empresários brasileiros estiveram reunidos no Palácio do Planalto por três horas. O governo espera atrair pelo menos R$ 60 bilhões.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Leonardo Prado/Ag. Câmara e Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)