Relações exteriores


Kaefer: divergências entre o Brasil e Paraguai precisam ser superadas

O deputado Alfredo Kaefer (PR) defendeu a necessidade de o Brasil e o Paraguai superarem suas divergências atuais sobre o Mercosul e Itaipu por meio de negociações possíveis de envolver os Executivos e Legislativos dos dois países para se evitar novos problemas sociais como os ocorridos há pouco tempo entre carpeiros e brasiguaios.

O parlamentar é presidente de Comissão Externa da Câmara criada para tratar do conflito recente entre os sem terras paraguaios (carpeiros) e produtores agrícolas de origem brasileira (brasiguaios), especialmente de soja, que têm suas propriedades no sudeste do Paraguai em áreas fronteiriças com o Brasil, sobretudo com o Paraná (estado de Kaefer). A posse delas é questionada, sem fundamento jurídico, pelos carpeiros, mas a comissão, a exemplo de outra do Senado, não chegou a atuar por causa de pedido do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio do seu embaixador no Paraguai, Eduardo dos Santos, que se empenhou para conter o conflito.

A posição agora manifestada pelo deputado e empresário paranaense deve-se ao debate atual em torno de nova reivindicação de aumento de preço da energia de Itaipu cedida pelo Paraguai ao Brasil, com base em Tratado assinado entre os dois países em 1973, que fez o principal jornal paraguaio – “ABC Color” – tratar ontem a compra pelo Brasil do excedente paraguaio de energia como se fosse “roubo”.

O debate está ocorrendo na sequência de o Paraguai ter sido suspenso do Mercosul por causa do processo recente de substituição presidencial no país vizinho e de os demais do bloco terem aprovado o ingresso nele da Venezuela, contra a posição paraguaia impossibilitada de ser manifestada devido à sua suspensão temporária.

Por isso, segundo Kaefer, há necessidade de negociações entre autoridades paraguaias e brasileiras para se evitar que conflitos político e econômico sobre o Mercosul e Itaipu possam reativar os sociais entre os sem terras paraguaios e os brasiguaios.

Estima-se que há cerca de 350 mil agricultores brasileiros produzindo nessas regiões, sendo que suas lideranças estiveram no Brasil após o impeachment do ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo e sua substituição pelo atual presidente, Frederico Franco, para alertar as autoridades brasileiras do Executivo e do Legislativo sobre os riscos de o país adotar medidas restritivas por causa da substituição presidencial paraguaia votada pelo Legislativo e ratificada pelo Judiciário.

(Da assessoria/ Foto: Alexssandro Loyola)

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10 agosto, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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