Lavagem de dinheiro

Parlamentares defendem convocação de Iris Rezende na comissão de inquérito

Os deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP) e Vaz de Lima (SP) defenderam nesta terça-feira (7) o pedido de convocação do ex-governador de Goiás Iris Rezende para depor na CPI do Cachoeira, apresentado pelo deputado Carlos Sampaio (SP). De acordo com relatório da Polícia Federal, o ex-governador teria recebido R$ 2 milhões da organização criminosa por meio de Sodino Vieira de Carvalho, coordenador-geral de sua campanha ao governo do estado em 2010.

Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, Sodino Vieira teria recebido o dinheiro diretamente de Gleyb Ferreira da Cruz, um dos assessores mais próximos do bicheiro Carlos Cachoeira. A verba, de acordo com a PF, integra um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas operado por Gleyb.

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Para os deputados, qualquer suspeita de ligação com o esquema comandado por Cachoeira precisa ser investigada. Na avaliação de ambos, há uma tentativa de politizar a CPI e focar apenas no estado de Goiás e no atual governador, Marconi Perillo, quando existem outros personagens que precisam esclarecer relações duvidosas.

“Há uma manobra política muito ruim de alguns membros de tentar politizar a CPI a partir de Goiás e de seu governador. Mas, se querem falar do estado, vamos falar então de todos que possam estar envolvidos, inclusive ex-governadores e alguns prefeitos”, cobrou Vaz de Lima.

Mendes Thame também saiu em defesa da oitiva com Iris Rezende. “Estranhamos que haja seletividade nas convocações e estranheza quando pedimos para convocar alguém. Imaginamos que todos aqueles que tenham algum vestígio de ligação com essa quadrilha possam ser inqueridos pelos membros da CPI”, disse.

No requerimento apresentado por Sampaio, o tucano destaca “fortes indícios do envolvimento de Iris Rezende com a organização criminosa”, daí a necessidade da convocação. O deputado apresentou ainda um pedido para que Sodino Vieira seja ouvido. Os requerimentos poderão ser colocados em votação na próxima reunião administrativa da CPI, marcada para 14 de agosto. Tudo dependerá do relator do colegiado, deputado Odair Cunha (PT-MG), que é quem decide quais serão os itens da pauta.