Acusação forte

Deputados destacam julgamento do mensalão e criticam argumentos de defesa dos réus

Os deputados Jutahy Junior (BA) e Domingos Sávio (MG) elogiaram o Supremo Tribunal Federal (STF) pela condução do julgamento do mensalão, iniciado no último dia 2. Os parlamentares defenderam a condenação dos culpados pelo esquema de corrupção que marcou o governo Lula.

Na avaliação de Jutahy, a tese da defesa dos réus de que os únicos crimes cometidos foram eleitorais não prevalecerá. Segundo ele, há provas contundentes de que houve uso de recurso público para comprar apoio de parlamentares no Congresso. “A linha de defesa dos advogados está direcionando tudo para crime eleitoral. Mas é óbvio que existiu dinheiro público naquele processo. Isso está comprovado de forma evidente e contundente”, afirmou em plenário nesta terça-feira (7).

O deputado afirma que a sociedade espera por justiça. Segundo ele, a condenação dos réus servirá como exemplo para que o país não aceite a impunidade. Além disso, ele avalia que isso derrubará a alegação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, um dos réus do processo, de que o mensalão se tornaria apenas piada de salão.  “Parabéns ao Supremo por vencer as resistências, pois foi feito todo tipo de pressão para que esse julgamento não tivesse curso”, destacou.

Domingos Sávio também destacou o trabalho do STF e rebateu a tentativa de petistas de minimizar o mensalão. Para ele, os advogados estão usando justificativas incabíveis. A tese de caixa dois, por exemplo, não se aplica na maioria dos casos, pois, de acordo com o processo, vários pagamentos foram feitos em pleno exercício do mandato parlamentar dos réus.

“Agora não é o PSDB ou o DEM que estão acusando. Agora a acusação é com detalhes, recapitulando tudo o que ficou provado, tudo que foi feito pela PGR e pelo procurador-geral da República, com sua independência. É bom lembrar que ele foi nomeado por Lula e não deve nenhum favor à oposição. Ele relatou que não é simplesmente caixa dois, mas sim dinheiro público roubado dos brasileiros e que foi parar nas mãos de parlamentares”, disse.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Leonardo Prado/Ag. Câmara e Alexssandro Loyola/Áudio: Elyvio Blower)