Serviço precário


Azeredo cobra explicação da Anatel sobre suspensão e retomada das vendas de operadoras de telefonia

A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara realizará audiência pública nesta terça-feira (7) para debater a recente decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de suspender a venda de novos planos das operadoras Tim, Oi e Claro e a qualidade dos serviços da empresa Nextel.

O presidente do colegiado, deputado Eduardo Azeredo (MG), espera explicações da agência sobre a fiscalização da telefonia celular e fixa. Depois de terem as vendas de produtos e serviços de telefonia celular suspensas por 11 dias, as operadoras conseguiram na última quinta-feira (2) autorização da Anatel para retomar as ofertas de novas linhas, decisão criticada pelo Procon. O tucano quer saber o que levou a Anatel a interromper as vendas e quais os planos para melhorar a qualidade do serviço.

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“O governo liberou as operadoras a voltarem a vender as linhas móveis. É uma medida de interesse do consumidor, mas, ao mesmo tempo, é preciso conciliar o interesse de venda e necessidade de compra de novas linhas com a qualidade. O colegiado já vem alertando que o serviço é precário”, ressaltou o parlamentar.

Segundo o jornal “O Globo”, as três empresas prometeram investir para atender às demandas impostas pela agência e apresentaram planos de negócios para os próximos dois anos, num total de R$ 20 bilhões até 2014. Inicialmente, R$ 4 bilhões serão aplicados em qualidade de rede e melhoria no atendimento aos clientes.

Segundo Azeredo, as companhias não investem o necessário para acompanhar o grande desenvolvimento da telefonia no país. “Temos visto em várias cidades uma piora de sinal. Nas estradas o sinal também piorou. Existe uma sobrecarga clara e que precisa de uma ação enérgica”, concluiu o deputado.

Desde o dia 23, a TIM estava impedida de vender linhas em 18 estados, inclusive no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. A Oi teve as vendas suspensas em cinco estados e a Claro em três. A Claro é campeã de críticas. De janeiro a junho deste ano, a operadora recebeu 26.376 reclamações.

Segundo cálculos de um especialista do setor, as operadoras perderam pelo menos R$ 527 mil por dia, considerando a venda diária média de chips pré-pagos, com a recarga mínima, e de pós-pagos, com o pacote mais básico, nos estados em que houve a proibição.

Foram convidados para a audiência os presidentes da Anatel, João Batista de Rezende, da Nextel, Sérgio Chaia, o presidente-executivo da  TelComp, João Moura, a secretária nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira da Silva, e o diretor-executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy.

Lentidão

→ Dados da Anatel mostram que, no Brasil, há poucas antenas para atender às mais de 200 milhões de linhas móveis instaladas no país. Em média, há 4,6 mil linhas móveis para cada antena de telefonia instalada no país. Há dez anos, a média era de 2,4 mil linhas por antena. Com o excesso de conexões em uma única antena, ocorre lentidão no tráfego de dados (redes 3G) e perda de qualidade no sinal de voz, conforme mostrou o jornal “Folha de S.Paulo”.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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6 agosto, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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