Desempenho ruim


Kaefer: baixo crescimento industrial em junho e quedas em períodos mais longos exigem revisão da política econômica

O baixo crescimento industrial de 0,6% em junho último comparado a maio passado, bem como as quedas registradas de 3,8% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2011, e de 2,3% nos últimos 12 meses, confirmam a previsão do empresário e deputado Alfredo Kaefer (PR) sobre a ineficiência das sucessivas medidas governamentais adotadas para reativar a indústria. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta semana.

Excetuando-se o crescimento de 4,8% na indústria de bens de consumo duráveis (a maior beneficiária dos estímulos governamentais recentes como reduções tributárias) de junho sobre maio deste ano, os demais setores apresentaram aumentos inexpressivos ou queda de produção. Porém, todos os setores apresentaram redução de suas produções no primeiro semestre e nos últimos 12 meses, inclusive a indústria de bens de consumo duráveis de, respectivamente, 9,4% e 7,6%.

Por isso, Kaefer reitera a necessidade da adoção de medidas mais eficientes e de maior impacto, como o adiamento do recolhimento de tributos federais para as empresas pelo prazo de 90 dias em vez de 60 dias, como vem defendendo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Com isso, a seu ver, as empresas disporiam de recursos para cobrir as despesas correntes e para investir sem a necessidade de recorrer a financiamentos, ainda que, recentemente, tenha havido uma queda das taxas de juros.

O deputado e empresário concorda com os comentários feitos pela doutora em Economia da FGV e professora da instituição, Cristiane Alkmin Schmidt, em seu artigo “O Brasil e suas estratégias conflitantes para crescer”, publicado no jornal “Valor Econômico”. Ela diz que o empresário “reage aos incentivos dados”. “Se não visualizar taxa de retorno atrativa e bom ambiente de negócio, ele não investe”. E, até agora, complementa Kaefer, os incentivos tributários e financeiros foram inexpressivos e limitados a alguns setores.

O quadro econômico brasileiro atual, na sua opinião, está mesmo desestimulando novos investimentos e precisa ser revertido com rapidez para que o Produto Interno Bruto não caia ainda mais neste ano e no próximo, afetando, consequentemente, o emprego e a renda. Para isso, a seu ver, há necessidade não apenas da adoção de medidas temporárias tributárias como o adiamento do recolhimento de impostos federais, mas também a adoção de outras permanentes para reduzir o número de impostos e a carga tributária, a exemplo da sua Proposta de Emenda à Constituição 511/2010, bem como de medidas mais adequadas quanto aos juros e o câmbio. Há necessidade ainda de se intensificar os investimentos para reduzir o chamado “custo Brasil” nas áreas de energia e transporte, entre outros.

(Da assessoria do deputado/Foto: Diogo Xavier – Ag. Câmara)

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3 agosto, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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