Chegou a hora

Mendes Thame reitera confiança no Judiciário para julgar mensaleiros

O líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), reafirmou a confiança na mais importante Corte do país – o Supremo Tribunal Federal – para julgar os envolvidos no escândalo do mensalão. “Temos total confiança no papel do Judiciário na consolidação da democracia e como guardião do cumprimento da lei para todos”, apontou da tribuna. O tucano conclamou a sociedade a acompanhar o julgamento.

O parlamentar do PSDB considera que este é o momento em que o Brasil poderá passar a limpo um período em que houve total desrespeito as instituições e o dinheiro público foi usado de forma inescrupulosa por grupos obstinados pelo poder em detrimento dos interesses do país.

Em seu discurso, Thame lembrou que o processo apresentado pelo Ministério Público teve como base o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista dos Correios, concluído em 2006. “Um relatório impressionante detalhando um esquema que nos deixa estarrecidos quanto à extensão de suas articulações, quanto à dimensão no volume do dinheiro desviado”, afirmou.

No total, 38 pessoas responderão pelos crimes que vão desde a formação de quadrilha ao peculato, passando por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta. Entre os réus estão o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), apontado como cabeça do esquema, o ex-presidente do PT José Genoíno, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o marqueteiro Duda Mendonça, além do publicitário Marcos Valério, apontado como operador financeiro do mensalão.

Mendes Thame contestou as alegações do líder do PT na Câmara, Jilmar Tato, que saiu em defesa dos companheiros do partido e negou a existência do mensalão. “Pois o que começa amanhã é o julgamento do maior escândalo de corrupção da história brasileira que marcou definitivamente o governo federal”, rebateu.

O parlamentar rememorou a divulgação do escândalo pela revista “Veja” de um vídeo que mostrava o diretor dos Correios Maurício Marinho recebendo três mil reais de propina de um empresário interessado em participar de uma licitação da estatal. E a entrevista do então deputado Roberto Jefferson ao jornal “Folha de S.Paulo” na qual relatou o “modus operandi” do mensalão, detonando o maior escândalo político do governo Lula (2003-2010).

(Da redação/Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Kim Maia)