Entrevista


Líder do PSDB diz que STF pode mudar paradigma da impunidade com julgamento do mensalão

Em entrevista ao jornal “Folha de Pernambuco” publicada nesse domingo, o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), fez uma avaliação sobre o julgamento do mensalão que vai ao encontro da opinião de milhões de brasileiros. Para o tucano, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) poderá ter um efeito educativo e mostrar para a sociedade que o país está mudando, especialmente com relação à impunidade na política.

“O resultado poderá vir a ser o fato mais determinante no sentido de iniciar uma mudança, de poder mudar a cultura de impunidade dos poderosos no Brasil. Aposto na absoluta independência dos membros da Suprema Corte. Eles terão os elementos necessários para formar as suas convicções, mas o resultado poderá mudar o paradigma da cultura da impunidade do país”, apontou o tucano.

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Segundo Araújo, o PT – que tem alguns de seus integrantes entre os 38 réus – já vem dando seguidas demonstrações de que vai fazer tudo o que puder para dividir as atenções com o mensalão. “A decisão de constituir a CPI do Cachoeira, por exemplo, está diretamente relacionada a isso. Outra questão que eu queria destacar foi a absurda mobilização da CUT em protesto contra o Supremo, uma clara inversão de valores, e o fato de um ex-presidente da República estar sendo acusado de tentar intimidar um membro da suprema corte”, apontou o líder do PSDB.

O parlamentar voltou a criticar o foco da investigação da comissão de inquérito no estado de Goiás, governado por um tucano, sendo que mais de 90% dos recursos envolvendo contratos com a Delta estão no governo federal e em outras unidades da federação. Para o tucano, a estratégia do PT é uma manobra visando colocar o PSDB no foco da questão e tirar as atenções do maior escândalo de corrupção da história política do país.

Vale ressaltar que essa empreiteira é a “queridinha” do governo federal nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Existem mais de R$ 4 bilhões em obras da Delta contratadas pelo Governo Federal e tem menos de R$ 300 milhões em contratações da Delta com o Governo de Goiás, mas não deixam investigar o resto. Se há um modo de operação criminoso da Delta, será que não é muita ingenuidade achar que ele não se instalou na relação com a principal contratante, que é o governo federal?”, questionou.

Questionado sobre suposto “mensalão tucano” em Minas Gerais, o líder lembrou que as investigações das polícias Federal e Civil apontaram que as provas apresentadas foram forjadas, e essa descoberta integra os autos do processo do hoje deputado Eduardo Azeredo (MG). “De qualquer forma, ele não é réu do mensalão, é um processo à parte, e a descoberta das fraudes que descaracterizou a denúncia leva a uma situação confortável do ponto de vista de processo. Mas o PSDB, tanto quanto o próprio Azeredo, quer, o mais rápido possível, o seu julgamento. Diferente do PT, que nacionalmente deu todas as demonstrações de que quer postergar o julgamento do mensalão”, comparou.

Bruno Araújo fez um balanço positivo de sua atuação como líder do PSDB nesta primeira metade do ano. Disse que a bancada federal “vive um ambiente fantástico”, com grau de cumplicidade e de solidariedade muito forte no ambiente dos deputados federais. “Isso tem, seguramente, refletido na qualidade do desempenho da bancada. Ao longo do ano, se mostrou que muitas posições importantes tiveram a marca do PSDB”, apontou. Ele destacou, entre as grandes conquistas, a aprovação de emenda do PSDB que isenta de impostos os produtos da cesta básica.

“Essa medida está sendo comemorada em todo o país como um primeiro movimento ativo do Congresso Nacional de redução de carga tributária. Não estamos falando de redução de impostos de carros importados, mas de redução de impostos de comida. Espero que o tema que a presidente Dilma escolheu para o seu governo, ‘Brasil, um país sem miséria’, contribua para que ela não vete essa conquista”, apontou o parlamentar, que também falou sobre expectativas para as eleições municipais. Na bancada de deputados federais do PSDB, 11 são candidatos.

Por fim, perguntado sobre avaliação do governo Dilma, Araújo criticou a ausência de reformas estruturais importantes – como a tributária – e disse que o Planalto perdeu as rédeas da economia. Reprovou, ainda, a influência do presidente venezuelano Hugo Chávez na política externa brasileira e apontou o sumiço da petista na importante missão de projetar o Brasil lá fora.

(Da redação com informações da Folha de Pernambuco/Foto: Alexssandro Loyola)

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30 julho, 2012 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Entrevista”

  1. Cleusa Arantes disse:

    Desejo que o PSDB continue trabalhando para o bem do Brasil mesmo sabendo das dificuldades para conquistar aprovção de projetos importantes.

    Isso é o que o diferencia e que nos faz ainda ter fé no futuro deste país, “que vive de FUTURO”.

    Abraço,
    Cleusa.

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