Contagem regressiva
Núcleo financeiro do mensalão teria a participação de diretores do Banco Rural
Em seis dias, o Supremo Tribunal Federal (STF) dará inicio a um dos julgamentos mais aguardados da história do país. O sistema de pagamento de propina no governo Lula em troca de apoio no Congresso Nacional, conhecido como mensalão, será julgado pela Suprema Corte a partir da próxima quinta-feira (2). De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal ao STF, o esquema se dividia em três núcleos: o político, o operacional (ou publicitário) e financeiro. Este último seria composto, segundo a denúncia, pelos principais dirigentes do Banco Rural à época.
A atuação do núcleo financeiro teria envolvido inclusive a diretoria do Banco do Brasil. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), “através do denominado núcleo financeiro os vultosos montantes movimentados pelo núcleo publicitário eram repassados aos beneficiários finais do suposto esquema, através de saques irregulares, que ocultavam o real recebedor do dinheiro”. De acordo com o relatório, os beneficiários dos recursos desviados enviavam pessoas desconhecidas às agências do banco para receber elevados valores em espécie por meio de saques realizados em nome da SMP&B.
Os diretores do Banco Rural que aparecem como integrantes desse núcleo serão julgados pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. Kátia Rabello (foto), José Roberto Salgado e Vinicius Samarane são acusados de cometerem todos esses delitos. Além deles, Ayanna Tenório poderá ser indiciado pelos três primeiros. A atuação do grupo é descrita, nas palavras do ministro Joaquim Barbosa, da seguinte maneira:
“Os acusados receberam elevadas quantias em espécie, em alguns casos milhões de reais, sem qualquer registro formal (…). Em muitos casos, utilizaram-se de pessoas não conhecidas do grande público e de empresas de propriedade de alguns dos denunciados, aparentemente voltadas para a prática do crime de lavagem de dinheiro, as quais foram encarregadas de receber os valores destinados à compra do apoio político.”
Veja mais informações do processo nos links abaixo:
Ação Penal 470 – relatório Joaquim Barbosa
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(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Agência Brasil)
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