Contagem regressiva


Núcleo operacional do mensalão teria usado empresas para desviar recursos públicos

Faltam apenas sete dias para o início do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a expectativa toma conta de todo o país. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o esquema seria dividido em três núcleos, sendo um deles o publicitário (ou operacional). Faziam parte dele os membros com interesse essencialmente patrimonial. Isto é, seus integrantes “se beneficiariam de um percentual do numerário que seria entregue aos beneficiários finais do suposto esquema de repasses”, bem como de vantagens patrimoniais no governo federal.

O papel desse núcleo consistia basicamente na realização de diversas “práticas que conduziriam à lavagem de dinheiro desviado dos cofres públicos” e, em seguida, encaminhados ao PT para quitação de dívidas de campanha e compra de apoio político. Foram utilizados como fontes “repasses milionários de recursos do Banco do Brasil, mantidos junto à Visanet, para a agência DNA Propaganda, dos réus do núcleo publicitário. Os repasses teriam sido efetuados com prática de crimes de peculato, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, afirma a PGR.

De acordo com o relatório da Procuradoria, o núcleo seria formado pelo publicitário Marcos Valério, Rogério Tolentino, Cristiano de Paz, Ramon Hollerbach, Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Caberia a eles oferecer a estrutura empresarial necessária à obtenção dos recursos que seriam aplicados na compra do apoio parlamentar. É o que ficou conhecido por “valerioduto”.

Segundo a denúncia, após efetuar os acordos com os partidos políticos e os parlamentares, cabia a Delúbio Soares transmitir a Marcos Valério os valores a serem repassados e os nomes dos favorecidos. A partir da informação, o publicitário providenciava a obtenção do dinheiro e a entrega ao beneficiário, com a colaboração da diretora executiva Simone Vasconcelos e da gerente financeira Geiza Dias, da empresa SMP&B Comunicação Ltda. A maioria dos réus integrantes desse núcleo será julgada por crimes como corrupção ativa, peculato, evasão de divisas e formação de quadrilha.

Veja mais informações do processo nos links abaixo:

Diário Tucano especial

Alegações finais

Ação Penal 470 – relatório Joaquim Barbosa

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(Da redação/ Foto: Antonio Cruz/ABr)

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26 julho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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