Desempenho fraco
Queda na arrecadação sinaliza fracasso de medidas adotadas pelo Planalto, alerta Vaz de Lima
A queda da arrecadação federal comprova que as medidas adotadas pelo governo para estimular o consumo são tímidas e não dão o resultado esperado. A afirmação é do deputado Vaz de Lima (SP). A arrecadação perdeu fôlego em junho e teve a primeira queda mensal desde dezembro. O pagamento de impostos e contribuições federais somou R$ 81,1 bilhões no mês, 6,55% a menos que em junho de 2011, conforme mostrou o jornal “O Estado de S. Paulo”.
“O governo tem feito sucessivos planos na tentativa de fazer um ajuste na economia. O motivo para o cenário é claro: não há um incentivo objetivo para a indústria nacional e o reflexo está aí. A indústria deixou de recolher os tributos porque deixou de produzir. O governo precisa tomar medidas mais concretas para evitar que o PIB seja um PIBinho”, ressaltou nesta quarta-feira (25).
baixe aquiApesar dos pacotes de estímulo, o principal fator para o fraco desempenho é a redução no lucro das empresas, que já estão deixando de pagar Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Para mudar o cenário, Vaz de Lima defende ações no sentido de fazer um pacto com o empresariado e mexer no câmbio para incentivar a exportação de produtos industrializados, além de criar condições para que o consumo interno seja sustentável.
“É isso que deveria ser feito, não esse consumo fruto apenas de abertura de crédito para setores específicos, como o governo tem feito. Esse tipo de ‘soluço’ não vai levar a lugar nenhum. Ou existe um planejamento estratégico com o setor produtivo ou o problema vai se agravar”, apontou.
O parlamentar criticou também a falta de um projeto de longo prazo do governo. Em momentos de crise, o tucano alerta para que o Executivo aumente sua capacidade de investimento e não diminua, como está acontecendo.
Baixo desempenho
→ A Receita reduziu a previsão de crescimento da arrecadação em 2012 para algo entre 3,5% e 4%. A estimativa anterior era entre 4% e 4,5%. Desde abril, quando as empresas deixaram de recolher tributos ainda com base nos ganhos de 2011, a arrecadação vem desacelerando como reflexo do baixo desempenho econômico. No primeiro semestre, os contribuintes pagaram R$ 508,5 bilhões em impostos e contribuições federais, apenas 3,66% mais que no mesmo período de 2011, ainda segundo a reportagem.
→ A nova previsão da Receita para 2012 considera também o rebaixamento da estimativa para expansão do PIB este ano de 4,5% para 3% e uma frustração de receitas nos primeiros meses de R$ 22 bilhões. O Fisco projeta recolher R$ 676 bilhões este ano.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)
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