Contagem regressiva

Núcleo político formado por dirigentes petistas teria comandado esquema

A apenas oito dias do início do julgamento dos envolvidos no maior escândalo de corrupção já denunciado no país, o mensalão, a imprensa tem dado amplo destaque para o caso. O esquema de pagamento de propina teria três núcleos, sendo o político-partidário o principal, pois comandava as ações com a intenção de perpetuar o Partido dos Trabalhadores no poder. O objetivo do núcleo formado por José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Silvio Pereira era comprar apoio político, como descreve a Procuradoria-Geral da República no relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal.

O ex-ministro chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, é apontado como o comandante do núcleo e do esquema. Com os demais “companheiros”, ele teria formado um engenhoso esquema de desvio de recursos públicos e de concessões de benefícios diretos ou indiretos em troca de ajuda financeira.

O objetivo do grupo era negociar apoio político ao governo no Congresso Nacional, pagar dívidas, custear ganhos de campanha e outras despesas do partido. Conforme descrito no relatório, cabia a Dirceu, além do papel de chefiar a quadrilha, o de assegurar a omissão dos órgãos de controle para que não fossem percebidas as operações fraudulentas praticadas pelos demais núcleos: publicitário e financeiro. Delúbio seria o “principal elo” entre o núcleo político e os núcleos operacional e financeiro. Era dele, por exemplo, a função de indicar os valores e os nomes dos beneficiários dos recursos, tendo sido, também, o beneficiário final das quantias recebidas.

José Genoíno, por sua vez, cuidava do diálogo político junto ao Congresso Nacional, “era o interlocutor do grupo criminoso”. Cabia a ele formular as propostas de acordos aos líderes dos partidos que comporiam a base aliada do governo. Ele falava em nome de José Dirceu. Os três são acusados de formação de quadrilha e corrupção ativa.

Veja mais informações do processo nos links abaixo:

Diário Tucano especial

Alegações finais

Ação Penal 470 – relatório Mensalão – Joaquim Barbosa

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(Da Redação/ Foto: Agência Estado)