Economia


Kaefer critica uso governamental de crises externas para justificar mau desempenho do Brasil

Empresário, o deputado Alfredo Kaefer (PR) criticou o uso, pelo governo Dilma Rousseff, das sucessivas crises externas para justificar as internas, caracterizadas por investimento e crescimento econômico inexpressivo. A crítica foi feita em sua entrevista exclusiva ao programa “Palavra Aberta”, da TV Câmara, transmitido na manhã desta segunda-feira (16). O mercado reduziu hoje a estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro para 1,9%, na décima semana consecutiva de baixa na expectativa para o indicador.

O tucano lembrou que, no ano passado, o crescimento do PIB do país foi o menor (2,7%) entre os principais países emergentes, especialmente os incluídos no bloco BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A seu ver, a diferença entre eles e o Brasil é que o nosso país “não fez o dever de casa”.

Ou seja, segundo o parlamentar, o governo Dilma Rousseff não tomou medidas adequadas de curto e de longo prazo, a exemplo do que aconteceu no do seu antecessor, para se adequar ao novo quadro econômico iniciado em 2008, com a quebra de um grande banco norte-americano. Os impactos da derrocada da instituição financeira se propagou nos anos seguintes para o restante da economia mundial, especialmente para a União Européia.

Apesar disso, os países do Brics, excetuando-se o Brasil, vem conseguindo manter seus PIBs crescendo a taxas bem superiores as do nosso país onde, depois de um aumento de 7% em 2010, houve uma queda para 2,7% em 2011.

Se, em 2008, o então governo Lula errou em manter os juros oficiais elevados, em vez de tê-los reduzido em dois ou três pontos percentuais de uma única vez para depois os administrar dentro de um quadro de inflação baixa, o governo Dilma demorou também em reduzir a Selic e em determinar a diminuição dos juros cobrados pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica, de forma a influenciar os das demais instituições financeiras. Mesmo com as quedas recentes registradas, Kaefer ainda acha que há espaço para uma redução de um ponto percentual de uma única vez..

Além disso, ao contrário dos estímulos ao consumo de bens duráveis por meio de melhores condições de financiamento e de desonerações tributárias restritas a alguns setores, o parlamentar defende uma redução de cinco pontos percentuais dos tributos sociais para todos. Além disso, insistiu no adiamento do recolhimento de todos os tributos federais pelo prazo de 90 dias para que os empresários disponham de capital de giro barato para investir na produção, especialmente a industrial.

Ele estima que este adiamento poderia corresponder a recursos entre R$ 60 bilhões a 80 bilhões, capazes de estimular a retomada dos investimentos e, consequentemente, a expansão do PIB em 2013. Se as medidas citadas não forem tomadas a curto prazo, Kaefer prevê que a situação difícil das empresas vai se agravar com reflexos no mercado financeiro. Paralelamente, defende a adoção de medidas macroeconômicas (como redução da carga tributária) de longo prazo e outras para reduzir o chamado custo Brasil.

(Da assessoria, com alterações)

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16 julho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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