Profissional vulnerável


Em audiência, William Dib defende proteção a jornalistas e liberdade de imprensa

O deputado William Dib (SP) reprovou em audiência na Comissão de Segurança Pública, nesta terça-feira (3), a impunidade de crimes contra jornalistas, que chega a 90%. Segundo ele, o Congresso precisa discutir e encontrar caminhos para que o profissional da imprensa não fique tão vulnerável.

Autor do pedido do encontro, o tucano salientou que a motivação do debate surgiu diante da notícia de que, segundo a Unesco, o governo brasileiro teria se negado a assinar um documento para proteger e investigar atos violentos contra jornalistas, fato desmentido pelo Itamaraty.

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Quanto aos casos de violência contra jornalistas cometidos por agentes políticos, Dib afirmou que a situação é inadmissível e requer investigação e punição dos responsáveis. “É simplesmente ação de políticos inescrupulosos que são denunciados por corrupção. Essa Casa tem que participar da discussão”, destacou.

Com referência à participação da Polícia Federal nos casos de assassinatos de repórteres, Dib ressaltou que o quadro pode piorar. “Esse tipo de prática faz com que as polícias locais lavem as mãos e não investiguem”, argumentou.

Segundo Dib, o país necessita criar uma nova Lei de Imprensa. “Precisamos refazê-la. Acabaram com a lei, mas precisamos de uma imprensa livre, mais responsável. Então seria uma nova lei que caracterize crimes contra pessoas. Também precisamos dizer que o Estado deve ser responsabilizado por isso”, cobrou.

O deputado disse que, sem uma imprensa livre, a democracia brasileira ficará comprometida. “Se você calar a imprensa, pode ter certeza que a expressão Estado Democrático de Direito está suspensa. Não podemos imaginar uma imprensa calada”, afirmou. Dib cobrou dos veículos de comunicação proteção aos funcionários ameaçados.

O Brasil ocupa a 5ª posição entre os locais onde mais se assassinaram jornalistas em 2012. A posição do Brasil é a mesma de nações como Somália, país que vive em guerra, e Paquistão, que enfrenta problemas com grupos terroristas.  Em 2011, foram assassinados seis profissionais no país, de acordo com dados da ONG Suíça Campanha Emblema de Imprensa. Os dados revelam que 42 jornalistas foram mortos entre 1982 e 2007. Apenas um jornalista brasileiro é atendido pelo programa de proteção.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)

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3 julho, 2012 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Profissional vulnerável”

  1. Creusa Camargo disse:

    Os jornalistas são formadores de opinião. Cabe ao receptor da informação analisar se ela é ou não fundamentada e justa. Como os cidadãos não têm acesso a dados confidenciais, dependemos deles para esclarecimentos. Aprovo que tenham acesso a programa de proteção.A democracia exige que qualquer pessoa possa se
    expressar livremente.

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