Postura equivocada
Para Bruno Araújo, Mercosul foi transformado em bloco “meramente ideológico”
Para o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), é séria a denúncia do governo do Uruguai de que não teria existido consenso na decisão de suspender o Paraguai e incluir a Venezuela no Mercosul. O ministro uruguaio das Relações Exteriores, Luis Almagro, disse em entrevista que o presidente José Mujica não concordou com a decisão e que esta teria partido de um “pedido político” feito pela presidente Dilma.
Para Araújo, além de desrespeitar o Protocolo de Ushuaia (determinando que qualquer decisão deva ser adotada somente após o consenso entre seus membros), a atitude transformou o Mercosul em um bloco meramente ideológico, sem resultados econômicos para qualquer um de seus países membros e suas populações.
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“O governo brasileiro joga no lixo a tradição da diplomacia do país, ressaltada no artigo 4º da Constituição Federal, onde está previsto que o Brasil rege-se nas relações internacionais a partir de princípios fundamentais como a autodeterminação dos povos e a não intervenção”, disse Araújo. “Por outro lado, a inclusão forçada da Venezuela no Mercosul é um agrado que a presidente Dilma faz a Chávez às vésperas da campanha eleitoral naquele país, fragilizando o Mercosul por meio de sua transformação em um bloco meramente ideológico”, alertou o líder tucano.
Presente na primeira sessão do ano do Parlamento do Mercosul (Parlasul) nesta segunda-feira (2) em Montevidéu, no Uruguai, o deputado Eduardo Azeredo (MG) lamentou a suspensão do Paraguai. Para o tucano, a postura da diplomacia brasileira foi equivocada.
“Eu não tenho dúvidas de que a diplomacia brasileira se meteu em uma grande confusão. É preocupante essa submissão do governo brasileiro aos desejos e à orientação da presidente da Argentina, Cristina Kirchner. A diplomacia brasileira não foi feliz nessa opção. O Brasil tem uma importância muito maior, deve liderar e não ser liderado. Não podemos desmerecer o Parlamento do Paraguai, que de maneira majoritária aprovou o impeachment de Lugo”, declarou.
Azeredo explicou que a delegação brasileira decidiu pela permanência do Paraguai no Parlasul. Segundo ele, dos nove membros, oito se manifestaram favoráveis a essa decisão. O deputado explicou que a Argentina não concordou com esse posicionamento e influenciou a decisão do governo brasileiro. “O Parlasul é independente e autônomo em relação ao Poder Executivo. A nossa posição, que foi majoritária, foi muito mais sensata e respeita a soberania do Paraguai”, resumiu.
De acordo com o parlamentar, a reunião foi suspensa por falta de quórum. Para que o Parlasul funcione, é necessária a presença de ao menos um legislador de cada país.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Alexssandro Loyola/Áudio: Elyvio Blower)
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Beleza. Agora é a gerentona e sua diplomacia de araque que ficam nus!