Famílias destruídas


Mendes Thame reprova descaso do Planalto no combate ao crack

O combate ao uso do crack parece não ser uma prioridade do governo Dilma, na opinião do líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP). Em discurso nessa quinta-feira (28), o tucano citou pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios mostrando que 98% das cidades brasileiras têm problemas relacionados à circulação e ao consumo de drogas.

Segundo o parlamentar, são milhares de famílias destruídas pelo crack. Ainda assim, a gestão petista vira as costas para as vítimas. “O que observamos é uma falta de comprometimento do governo federal em liderar ações que devem ir muito além do combate, devem alcançar a prevenção, os processos curativos, e, depois, o acompanhamento, para evitar que as pessoas atendidas sofram uma recaída e voltem a abraçar as drogas como uma saída para melhorar seu prazer momentâneo”, cobrou.

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De acordo com Mendes Thame, pouco mais de 3% das cidades receberam recursos por meio do Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas do. “Apenas 3,4% dos municípios informaram que conseguiram algum auxílio financeiro. O que mostra que a política praticada pelo governo, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), não repassa verbas, só responsabilidades”, apontou.

O deputado lembra que, em 50% dos municípios, existe alguma regulamentação do plano por uma lei municipal, mas o trabalho não passa disso. Na avaliação dele, o Executivo deveria prestar um atendimento melhor às vítimas do entorpecente, sair do campo das promessas e fazer algo real. “Substituindo a verborragia, os discursos vazios, por dotações orçamentárias para diminuir a fila, aumentar a possibilidade de atendimento concreto a essas pessoas que querem largar a dependência química mas não encontram no Estado o atendimento necessário”, disse.

Mendes Thame informou que o governo federal dispõe de apenas 8.800 vagas em hospitais psiquiátricos em 243 Centos de Atenção Psicossocial ao álcool e drogas, Núcleos de Saúde da Família e 35 Consultórios de Rua. Segundo ele, esse número é ínfimo, se considerada a estimativa do Ministério da Saúde de 600 mil dependentes químicos precisando de atendimento.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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29 junho, 2012 Últimas notícias 3 Commentários »

3 respostas para “Famílias destruídas”

  1. LUIZ ALBERTO CHAVES DE OLIVEIRA disse:

    Caro Deputado,
    a pesquisa realizado nos municípios não tem o mínimo valor de aferição do que acontece com o uso, abuso e dependência de drogas.
    Em termos epidemiológicos temos que nos preocupar com as legalizadas: álcool, tabaco e medicamentos que tem muito maior impacto na saúde, na família, na violência e na criminalidade e na economia.
    Fico a sua disposição para detalhar os vários aspectos das políticas sobre drogas e das necessidades de amplia-las.
    Atualmente exerço o papel de Coordenador de Políticas sobre Drogas do Estado de São Paulo, na Secretaria da Justiça.
    fone:(11)32912658

  2. ricardo disse:

    Qdo.as autoridades e Deputados, anunciarem montantes de recursos para combate ao crack, que o façam também, citando o numero do empenho; para que não se percam em apenas promessas! O combate mais lúcido, é o preventivo, pois depois que se assimila a droga, infiltrada no Brasil, com todas as facilidades nas fronteiras, até parecendo haver sintonia entre “produção e distribuição”. Depois da contaminação física, alastra-se o “mal-feito”, entre os familiares, com ações depressivas e depredatórias. Ou se “age”, ou não se anuncia.

  3. MARTA OLIVEIRA disse:

    Caro Deputado,
    Sou psicóloga clínica e também preocupo-me com a questão do envolvimento dos jovens com drogas, lícitas e ilícitas. Li e concordo plenamente com a sua colocação de que é necessário um maior empenho por parte do governo federal no combate ao uso, abuso, dependência das drogas e tráfico, para evitar que nossos jovens venham a se transformar em ‘zumbis’. É urgentemente necessário que sejam definidas políticas publicas de saúde mental para se lidar com a situação e se combater os malefícios das drogas em nosso país. Há necessidade de um maior interesse por parte do governo, pois são necessárias verbas específicas para que equipes de profissionais com formação adequada sejam convocados e contratados para um trabalho bem feito em nível preventivo, de tratamento, de acompanhamento e de re-inserção social do drogado, além de apoio às suas famílias.
    Também moro na cidade de Piracicaba e coloco-me a sua disposição para colaborar na questão, caso haja interesse de sua parte. O meu e-mail está disponível na mensagem.

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