Jogos ilegais


Na CPI do Cachoeira, Mendes Thame cobra investigação das relações de ex-chefe de gabinete de Agnelo

Durante reunião da CPI do Cachoeira, o líder da Minoria na Câmara, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), questionou Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (DF), sobre sua participação no grupo de trabalho criado pelo ex-presidente Lula em 2003 para tratar da regulamentação dos bingos. Segundo o tucano, há muito que se investigar a respeito da atuação de Monteiro no esquema criminoso.

O tucano lembra que, em 2003, o governo petista propôs usar os bingos para obtenção de recursos que financiariam projetos de inclusão social. Na época, Agnelo era ministro do Esporte e Monteiro era chefe de gabinete. Naquele ano, Monteiro foi indicado para integrar um grupo que avaliaria propostas para modificar a legislação referente à exploração do bingo.

“Qual a participação do Ministério do Esporte na regulamentação dos bingos? Qual a orientação dada pela pasta para essa regulamentação, já que na época o governo Lula tinha uma orientação definida a favor dos bingos?”, questionou Mendes Thame. A comissão investiga as relações do empresário Carlinhos Cachoeira, que dominava esquema de jogos ilegais.

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O deputado disse ainda que muito precisa ser investigado nas relações do ex-chefe de gabinete. Segundo o tucano, o fato de ele ter sido afastado do cargo após a revelação de gravações em que seu nome aparece muitas vezes é um indício de que Agnelo quer distância daqueles que têm vínculo com o esquema.

O deputado Domingos Sávio (MG) disse ter escutado uma série de incoerências na reunião desta quinta-feira (28). O depoente afirmou não conhecer ninguém, mesmo tendo sido citado por pessoas comprovadamente responsáveis pela contravenção do jogo ilegal e pelo envolvimento com dinheiro público. “Ele termina o depoimento pedindo desculpas à família. Acredito que quem não comete erro, como ele diz não cometer, não tem que pedir desculpas”, disse.

Para o tucano, a CPI não tem avançado porque o relator está chamando para depor pessoas que não esclarecem nada “É muito evidente que o relator está ‘enchendo linguiça’, sem colocar na pauta aquilo que o país quer saber, que são os contratos que envolvem bilhões de reais da Delta com relação direta do crime organizado. Para isso, é preciso ouvir o presidente da Delta, Fernando Cavendish, e o ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot”, concluiu.

Busca por cargos

→ Ex-subsecretário de Esportes do DF, João Carlos Feitoza, também conhecido como Zunga, é suspeito de receber dinheiro do grupo de Cachoeira e também de ser uma espécie de contato entre o governador Agnelo e o contraventor.

→ Marcello de Oliveira Lopes também foi convocado a depor. Assessor da Casa Militar do DF, ele não compareceu à reunião. Segundo a polícia, ele estava envolvido na tentativa de conseguir a nomeação de um aliado de Cachoeira para o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) da capital.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Kim Maia)

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28 junho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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