Rio abandonado

Deputados repudiam descaso do PT com revitalização do rio São Francisco

Os deputados César Colnago (ES), Alfredo Kaefer (PR) e Raimundo Gomes de Matos (CE) afirmaram que o baixo investimento no programa de revitalização do rio São Francisco, verificado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), é um descaso do governo federal com a população.

Auditores do TCU constataram baixa execução orçamentária e alto percentual de inscrições em restos a pagar. O tribunal identificou ainda que as iniciativas são dispersas. Houve uma aplicação de apenas 6% do orçamento nacional para o projeto. Os problemas se somam aos problemas nas obras de transposição do rio, que consomem dinheiro, mas não avançam.

Para Colnago, a notícia é reincidente. Segundo ele, o país assiste um absoluto descaso com os ribeirinhos que deixaram suas casas por conta da promessa da gestão petista de revitalizar o São Francisco. “É uma coisa absolutamente sem qualquer padrão técnico, sem comprometimento dos recursos federais para que as execuções aconteçam e as obras se transformem em realidade. Não tem gestão, não tem administração. É o que eu chamo de um governo midiático, que vende uma imagem, mas na prática é completamente outro”, afirmou.

Kaefer condena a crítica falta de competência dessa gestão. “Nos resta indicar o caminho adequado que o governo tem que seguir e torcer para que Deus ilumine a ideia, a cabeça dessas pessoas, para que vejamos uma reversão desse quadro caótico e lamentável”, disse.

Gomes de Matos é enfático. Para ele, tanto o ex-presidente Lula como a presidente Dilma estão traindo o povo com a falsa promessa de revitalizar o rio. “Foi só uma obra eleitoreira. Deram as costas para os nordestinos, para aquela população que já foi deslocada e está sendo prejudicada por falta de continuidade da obra. Não é falta de dinheiro, é incompetência mesmo. É falta de gestão”, criticou.

O TCU diagnosticou na Bacia do São Francisco falta de conservação, preservação ambiental, degradação, falta de abastecimento de água para as comunidades ribeirinhas, erosões, assoreamento que provoca a redução da navegabilidade, enchentes por causa da elevação do leito e poluição dos mananciais. O tribunal recomendou ao governo que intensifique a promoção de recuperação dos mananciais, que faça a recomposição da mata ciliar e proteja as nascentes.

A bacia do rio possui 634.000 km² de área de drenagem, o que representa cerca de 8% do território nacional. O rio São Francisco tem 2.700 km de extensão e vazão média de 2.980 m3/s. Cerca de 16,14 milhões de pessoas, ou aproximadamente 8,5% da população do país, habitam a bacia

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)