Resultados tímidos


Participantes da Rio+20, tucanos acreditam que Brasil deve buscar metas ambientais

A sociedade civil protestou contra os resultados tímidos do documento final da Rio+20. A Organização das Nações Unidas (ONU), ONGs e milhares de manifestantes criticaram a falta de ambição no texto costurado pelo Brasil, que não prevê objetivos e metas para o desenvolvimento sustentável. O rascunho do documento aprovado na terça-feira (19) será votado pelos chefes de Estado amanhã (22). Deputados do PSDB que participaram da conferência analisaram o resultado do evento nesta quinta-feira (21).

Na avaliação de Ricardo Tripoli (SP), faltou vontade política dos chefes de Estado para elaborar metas e objetivos práticos. “Se queremos reduzir emissão de carbono, evitar o efeito estufa e estivermos preocupados com a questão das mudanças climáticas, temos que ter atitudes práticas e objetivas e não simplesmente ideias, conceitos e propostas”, destacou. “Por conta disso é que as entidades não governamentais tem se debelado em função dos resultados divulgados pela Rio+20”, completou.

Para ele, o governo não apresentou propostas para implementar a economia verde, ponto principal do evento. “Não há ainda nenhuma proposta que vá ao encontro do que a população do planeta inteiro imagina para ter a chamada economia verde, quem vai aportar recursos ou quem vai induzir políticas publicas nos seus países para isso”, destacou.

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O tucano destacou a relevância da atuação da sociedade civil em busca da qualidade de vida. “A sociedade civil se preparou para esse evento, discutiu esse assunto durante muito tempo e deixou claro que esperava objetivos muito claros nessa convenção mundial e isso não ocorreu. É importante que eles protestem, pois fica claro que não era o resultado esperado por todos”, disse

O deputado ressaltou ainda a atuação das ONGs e das prefeituras. “O que mais surtiu efeito foi o trabalho realizado pelas entidades não governamentais e as prefeituras dos maiores municípios do planeta, que fixaram um acordo de redução de emissão de poluentes. Os prefeitos avançaram mais que os chefes de Estados”, afirmou.

O deputado Domingos Sávio (MG) também criticou a indefinição de metas. “Estive na Rio+20 e confesso que saí um tanto quanto desencantado, com a percepção de que nada mais iria ter de produtivo. Lá estiveram chefes de estado do mundo todo ratificando um documento sem grandes perspectivas de avanço”, ponderou.

“O que eu vi na Rio+20 foi muita teoria, muito consumismo e absolutamente nada de prática. O Brasil tem que seguir o seu caminho, com independência e autonomia e não sob pressão”, acrescentou.

Eduardo Azeredo (MG), por sua vez, apontou a importância do evento e a divergência de opiniões. “É um tema realmente polêmico, não é simples chegar a um consenso. Acredito que o Brasil deva insistir em definições de metas a alcançar. É um evento importante que está sendo feito no país e essa discussão do tema do meio ambiente é relevante”, disse.

O tucano considera os protestos das ONGs legítimos. “As organizações não governamentais e alguns dirigentes da ONU têm razão em questionar a pouca clareza de definição de metas, nisso não há dúvida”, declarou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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21 junho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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