Falta de visão


Baixa execução de projetos federais comprova incompetência do Planalto, avaliam tucanos

O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as ações do governo Dilma Rousseff é apenas um resumo da incapacidade administrativa e da falta de visão da presidente. A avaliação é dos deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP) e César Colnago (ES). O texto analisa as contas do governo referentes a 2011, primeiro ano da administração da petista, e aponta problemas gerenciais em vários setores.

No trecho do relatório dedicado à análise da qualidade dos gastos públicos, o TCU revelou um quadro preocupante. Identificou deficiências de planejamento e de monitoramento de ações. Destacou que o Orçamento da União traz na rubrica de “restos a pagar” somas muito altas. Uma evidência de que a execução de projetos que deveriam ter sido implementados no ano passado foram postergados para 2012.

Play
baixe aqui

Primeiro ano do governo Dilma é marcado por falhas de gestão e projetos só no papel, aponta TCU

O texto apontou, por exemplo, problemas no ritmo de execução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Prevista inicialmente para 2014, a conclusão de empreendimentos como a hidrelétrica de Belo Monte e o trem-bala, foi empurrada para 2019.

Para Mendes Thame, o relatório não traz nenhuma novidade. “Estamos denunciando os problemas de gerenciamento nas obras há muito tempo. O governo Lula lançou o PAC 2 sem ter terminado nem 40% das obras do PAC 1. O programa não passou de uma vitrine eleitoral da então candidata Dilma”, disse.

O tucano lembrou a visita feita por parlamentares da oposição a um trecho das obras da transposição do rio São Francisco no Ceará, onde comprovaram a incompetência gerencial, falta de planejamento e estagnação. Segundo ele, o valor do empreendimento dobrou – de R$ 4 bilhões para R$ 8 bilhões – e os trabalhos continuam parados, o que gera transtornos aos moradores e prejuízos para toda a região.

“É um demonstração clara da inaptidão de um governo que sabe muito bem fazer autopromoção. Se tivesse com o gerenciamento das obras a mesma competência que tem para se promover, certamente hoje o país seria outro”, apontou.

Para Colnago, essa é uma administração de muito “oba oba” e pouca ação. “Um governo precisa de planejamento para transformar o desejo e as necessidades da população em ações concretas. E para isso é preciso um poder de gestão para que as coisas se transformem em realidade. Não adianta só discurso”, ressaltou. “Falta visão administrativa e política para fazer o que a população precisa. Imaginávamos que a presidente pudesse fazer diferente. Mas o que vemos é repetição da ineficiência e  irresponsabilidade do seu antecessor”, concluiu.

O relatório mostra também que apenas 20% das ações prioritárias previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias foram efetivamente executadas. Segundo Mendes Thame, apenas 2% dos recursos previstos no Orçamento de 2012 foram pagos. “Ou seja, no que diz respeito à infraestrutura e a criar condições para o país crescer, estamos vendo o país parado”, lamentou.

(Reportagem: Letícia Bogéa com colaboração de Artur Filho/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
21 junho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *