Petistas trapalhões

Tucanos cobram punição dos “aloprados” denunciados à Justiça

Deputados do PSDB consideraram acertada a decisão da Justiça de acatar denúncia contra nove envolvidos no escândalo dos “aloprados”. Quase seis anos depois do episódio, o Ministério Público Federal denunciou, no último dia 15, os suspeitos na negociação de um falso dossiê contra o então candidato ao governo de São Paulo José Serra na eleição de 2006. Os tucanos esperam a devida punição dos envolvidos. A decisão ocorre a menos de dois meses do início do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Comemoro a coerência e, acima de tudo, a disposição da Justiça brasileira. Fatos como esse fazem com que o cidadão comece a resgatar a credibilidade na Justiça”, ressaltou Wandenkolk Gonçalves (PA). “Foi forjado um dossiê tentando envolver figuras emblemáticas do PSDB. Existem fatos que não foram explicados para a opinião pública, como, por exemplo, o recurso apreendido. Não se falou da origem disso”, completou.

A denúncia foi recebida pela Justiça no mesmo dia, mas só foi divulgada na terça-feira (19). Gedimar Passos, Valdebran Padilha, Expedito Veloso, Hamilton Lacerda, Jorge Lorenzetti e Osvaldo Bargas, todos ligados ao PT, vão responder por crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. As investigações, no entanto, não conseguiram chegar à origem de todo o dinheiro usado para a compra do documento e nem provar a ocorrência de crime eleitoral.

De acordo com Raimundo Gomes de Matos (CE), é preciso fortalecer cada vez mais o Judiciário. “A sociedade brasileira cobra mais transparência nas ações. Temos que acompanhar e a população deve continuar cobrando para que todos os envolvidos em escândalos sejam punidos e, assim, darmos um basta na corrupção.”

Jutahy Junior (BA), por sua vez, avalia que a ação dos “aloprados” foi mais um episódio na tentativa de manipular o resultado eleitoral com uma farsa. “É fundamental que todos estejamos atentos a essas repetidas ações que o PT tem adotado no campo eleitoral, uma parceria com a criminalidade”, ressaltou.

Origem desconhecida

→ O caso veio à tona no dia 15 de setembro de 2006, quando a Polícia Federal prendeu o policial aposentado Gedimar Passos e o empreiteiro Valdebran Padilha portando R$ 1.168.000 e US$ 248,8 mil em um hotel de São Paulo. O dinheiro seria entregue aos empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin, chefes da “máfia das ambulâncias”. Em troca, a família Vedoin entregaria um dossiê contra Serra e concederia uma entrevista à revista “IstoÉ” com acusações ao tucano. Foi o próprio presidente à época, Luiz Inácio Lula da Silva, que, irritado com seus aliados, chamou os envolvidos de “aloprados”.

→ A grande dúvida na época das investigações, a origem do dinheiro, não foi desvendada na fase de inquérito e nem pelas novas diligências requisitadas pelo Ministério Público Federal. “Nem todas as respostas àquelas indagações foram obtidas, sobretudo no que se refere à origem integral dos recursos apreendidos”, diz  trecho da denúncia.

(Reportagem: Letícia Bogéa com informações do site do PSDB/ Fotos: Alexssandro Loyola e Laycer Tomaz/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)