Desfecho frustrante?


Zenaldo: proposta costurada pelo Brasil na Rio+20 é acanhada diante dos desafios ambientais

Os chefes de Estado participantes da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, enfrentam grande dificuldade para fechar um documento consensual, o que complica também as negociações entre os países. Para Zenaldo Coutinho (PA), um dos tucanos que estão no evento, a diplomacia brasileira tem sido acanhada, envergonhada e tímida frente aos grandes desafios ambientais. Pelo que tudo indica, o encontro será de poucos resultados e deve deixar para 2015 o detalhamento de metas ambientais.

“Infelizmente há indicativos de que o desfecho da conferência será uma grande frustração. Quando falamos em documento de compromisso para ser subscrito como meta, todos fogem. Quando falamos da necessidade de existir um Fundo Internacional para o Desenvolvimento Sustentável na ordem de US$ 30 bilhões, os países não querem assinar”, lamentou nesta segunda-feira (18).

Play
baixe aqui

À frente das negociações na conferência da ONU, país anfitrião adia prazos e reduz metas

O Brasil assumiu na semana passada a condução das negociações. Apresentou no sábado uma versão desidratada do documento destinado a ser a síntese da conferência. Nela, as ambições são reduzidas e, os prazos, postergados. Depois de meses de negociações, os 193 países envolvidos na Rio+20 ainda estão longe de um acordo com metas quantificáveis. As conversas prosseguiram ao longo do dia.

Segundo Coutinho, para haver um desenvolvimento sustentável é preciso se basear em dois pilares: a não devastação do meio ambiente e a redução da emissão de gases. “Só querem que uma parte aconteça: a não devastação das florestas tropicais. É necessário proteger as florestas, mas é importante também que os países reduzam o consumismo, tenham o cuidado de emitir menos gases poluentes, para assim salvar nosso planeta. Mas essa construção tem sido difícil”, ressaltou.

Desde o início do evento, parlamentares do PSDB estão presentes à conferência ambiental. O deputado Duarte Nogueira (SP), por exemplo, esteve em eventos ligados à agricultura, ao desenvolvimento sustentável e preservação da água. A deputada Mara Gabrilli (SP), por sua vez, destacou que não se pode falar de sustentabilidade sem falar de acessibilidade. Nesta segunda, às 17h, ocorre evento do Instituto Mara Gabrilli, na Arena da Barra, sobre sustentabilidade e pessoas com deficiência.

Tudo na mesma
“Há uma expectitiva mundial que a conferência apresente objetivos concretos, mas o próprio anfitrião, que é o Brasil, está tímido diante dos conflitos que persistem e devem ser enfrentados. O Brasil não pode simplesmente tentar um jeitinho de buscar um consenso tímido e que não vai anunciar mudança nenhuma. Vinte anos depois da Eco 92, as coisas continuam na mesma.”

Deputado Zenaldo Coutinho (PA)

Questões adiadas

→ Representantes criticaram documento da Rio+20 apresentado pelo Brasil. A maioria dos delegados afirmou que falta ambição ao texto e detalhes quanto as ações necessárias para alcançar o desenvolvimento sustentável, segundo a  “Globo News”.

→ A definição de metas e objetivos de desenvolvimento sustentável também foi jogada para 2015. Questões cruciais como o fim de subsídios a combustíveis fósseis foram igualmente excluídas da nova versão apresentada pelos diplomatas brasileiros, segundo o Instituto Teotônio Vilela (ITV)

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

 

 

Compartilhe:
18 junho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *