Direitos Humanos


Frente parlamentar em defesa do diálogo China-Tibete é lançada sob a liderança de Feldman

Com a adesão de 215 parlamentares, a Câmara lançou na quarta-feira (13) a Frente Parlamentar Amigos do Tibete. A iniciativa é do tucano Walter Feldman (SP), que nesta semana deixou a Casa em virtude do retorno de titulares ao mandato. Naquele dia, Feldman foi à tribuna para destacar a importância da ação. “Espero que o Brasil dê uma grande contribuição à paz mundial, à cultura de paz e ao restabelecimento do diálogo entre a China e o Tibete”, apontou em seu pronunciamento (leia a íntegra).

Feldman explicou que o Tibete é atualmente uma província da República Popular da China. “Mas no passado era um Estado autônomo, independente, tinha sua própria realidade geográfica, política, administrativa, cultural e religiosa. Com o tempo, isso foi reduzindo-se e hoje, com a invasão dos chineses, estimulada pelo governo daquele país, 92% da população que vive no Tibete é originária da China. Houve, portanto, uma destruição da cultura, da tradição e da religião”, lamentou o deputado, ao ressaltar a luta do Tibete por sua autonomia.

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Da tribuna, destacou também o que chamou de “uma grande figura de importância internacional”: o 14º Dalai Lama, que em 1959 teve que fugir do Tibete, refugiando-se na Índia para poder construir a resistência à invasão chinesa iniciada em 1949 Há décadas Dalai Lama vem pregando o diálogo com a China. Ao longo do tempo, milhares morreram por fatores como tortura, execuções, suicídios e fome. Os tibetanos estão totalmente alijados do poder e não tem qualquer poder de decisão nas áreas do governo. Também não há qualquer espaço para manifestações. A região é considerada estratégica do ponto de vista geopolítico e ambiental.

Em maio, o tucano representou a Câmara no 6º Congresso Mundial dos Parlamentares Amigos do Tibete e pelo Diálogo China-Tibete, realizado no Canadá. O evento contou com a presença de mais de 50 parlamentares de várias partes do mundo. Segundo ele, todos se uniram pelo fim das imposições políticas e ditatoriais e em busca de soluções para a retomada das negociações. Na avaliação do tucano, essa luta não pertence apenas aos tibetanos, mas a pessoas e a organizações governamentais ou não que atuam em prol dos direitos humanos e em defesa da paz mundial.

“Para firmar o compromisso, assinamos a ‘Declaração de Otawa’, que chama a atenção para as políticas repressivas da China no Tibete e para o grave padrão de violação de direitos humanos – destruição da identidade do povo tibetano, evidenciado pelos ataques contra a religião budista, à língua e à cultura tibetana”, escreveu o parlamentar do PSDB em seu site.Segundo ele, o Brasil não pode não pode ficar de braços cruzados nesta questão.

Quando presidiu a Assembleia Legislativa de São Paulo, o tucano liderou a criação do Conselho Estadual pela Cultura de Paz. Já na Câmara dos Deputados foi promulgado projeto de lei que cria o Conselho Nacional pela Cultura de Paz, vinculado à Casa.

(Da redação/Foto: Alexssandro Loyola/Áudio: Elyvio Blower)

 

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15 junho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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