Postura exemplar
Marconi Perillo pede votação da quebra dos próprios sigilos pela CPI do Cachoeira
O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), informou à CPI Mista do Cachoeira que o governador de Goiás, Marconi Perillo, pediu para que a quebra dos sigilos bancário e fiscal seja votada ainda nesta quarta-feira (13). Ontem, o tucano participou de audiência pública na comissão e, durante mais de oito horas, esclareceu os questionamentos de parlamentares sobre supostas relações de seu governo com o esquema do contraventor Carlos Cachoeira.
“Para coroarmos com qualidade e absoluta lisura todo o dia extremamente positivo que tivemos ontem para o PSDB e para o governador de Goiás, eu recebi uma ligação de Perillo pedindo para que votemos ainda hoje a quebra de sigilo dos dois governadores. Vamos vamos às investigações”, anunciou o líder durante a oitiva do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que horas antes havia colocado seus sigilos à disposição do colegiado.
baixe aquiVeja galeria de fotos da CPI do Cachoeira
Confira cobertura em nossa linha do tempo no Twitter
O deputado Domingos Sávio (MG) ressaltou que em novembro do ano passado, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Agnelo em inquérito que trata do suposto desvio de recursos do Ministério dos Esportes. O petista esteve à frente da pasta entre 2003 e 2006. Portanto, o “ato voluntarioso” de Agnelo não tem o aspecto de novidade que os aliados tentaram passar na reunião da CPI de hoje. “Não se quebra sigilo de sigilo já quebrado”, apontou Carlos Sampaio (SP), que cobrou a abertura dos dados por 10 anos, e não por cinco. A quebra do sigilo por apenas cinco anos, segundo Sampaio, não engloba o período da compra da casa: março de 2007.
Logo após a fala de Araújo, o 1º vice-presidente da comissão de inquérito, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), no momento à frente dos trabalhos, descartou a possibilidade de votação dos requerimentos sob a alegação de que só haverá deliberação de matérias na reunião administrativa desta quinta-feira (14).
Ontem, em seu depoimento, o governador de Goiás avaliou que não via motivo para a quebra do sigilo, mas ponderou que essa decisão não caberia a ele, mas à CPI e ao STJ. “Não temo tornar públicas as minhas movimentações fiscal e bancária”, declarou o tucano na tarde desta quarta em Goiânia. Em coletiva concedida no Palácio das Esmeraldas, o governador disse ter cumprido o seu dever no depoimento da terça-feira. “Defendi minha honra e os goianos”.
O tucano considerou também ter prestado um serviço à CPI ao insistir no alerta sobre as ligações de governos com empreiteiros. O governador lembrou que expôs o rigor a forma como Goiás define as empreiteiras que trabalham para o estado. Inclusive abriu os contratos de obras públicas de Goiás para auditorias e outras investigações. Para ele, o Brasil será passado a limpo quando a relação do poder público com as empreiteiras for investigada a fundo. “Esta CPI está apenas começando. Ela precisa ir fundo na quebra do sigilo das empreiteiras”, declarou.
(Reportagem: Djan Moreno, com informações do site www.marconiperillo.com/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)
Texto atualizado às 18h57
Deixe uma resposta