Desenvolvimento sustentável


Conferência Rio+20 deve produzir avanços para o meio ambiente em diversas nações, acreditam tucanos

Os deputados Duarte Nogueira (SP) e Antonio Carlos Mendes Thame (SP) ressaltaram a importância de o Brasil sediar a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O evento será realizado de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. A emergência de uma “economia verde” combinada ao desenvolvimento, à luta contra a pobreza, à proteção ambiental e ao esgotamento dos recursos naturais serão alguns dos temas abordados.

Nogueira disse estar otimista com a conferência. “A Rio+20 é um encontro de todas as tribos mundiais. É como se o planeta todo se reunisse para, de maneira responsável, por meio de seus líderes, tomar decisões importantes para toda a humanidade. Desejo que o avanço das negociações seja positivo não só para o Brasil. É um orgulho podermos sediar esse encontro. Portanto, desejo que ele tenha o melhor resultado possível”, avaliou.

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Tripoli espera definição de metas objetivas e viáveis durante encontro

O parlamentar lembrou que existem divergências entre as nações sobre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento. De acordo com o tucano, o Brasil é um exemplo para o resto do mundo, pois conseguiu se desenvolver e preservar seus recursos naturais. “Alguns países, sobretudo os mais desenvolvidos e os maiores poluidores do planeta, estão receosos em avançar no documento final. Se os questionamentos dessas nações em relação a compromissos de redução de emissão de gases, da atividade econômica ou diminuição da poluição não avançarem, podemos ter dificuldades em ter resultados positivos para todo o planeta”, avaliou.

O deputado lembrou que há 20 anos o país sediou a Eco-92 e, de lá pra cá, muitos compromissos firmados não foram cumpridos. “O Brasil conseguiu se desenvolver e tem preservada grande parcela de seus recursos naturais, o que é um exemplo para o resto do mundo. Espero que encontremos os elementos necessários para avançar nessa agenda. Vinte anos atrás o planeta assumiu compromisso de reduzir em 5,2% suas emissões, com o Protocolo de Kyoto. Isso não aconteceu e continua sendo um gravíssimo problema no mundo todo”, ponderou.

Líderes mundiais como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, estarão ausentes. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ainda não confirmou sua vinda. Nogueira acredita que mesmo com a ausência desses chefes de Estado, o evento traçará metas importantes para a sustentabilidade. “Espero que não seja um fracasso mesmo que alguns líderes não apareçam. Muitos virão e precisam ecoar para os que não estiverem presentes. O mundo todo vai estar ligado no Brasil nos próximos dias. Vamos estar lá representando o Congresso e o povo brasileiro nesse importante evento mundial”, disse. 

Mendes Thame espera que sejam definidas metas sustentáveis possíveis de serem cumpridas. “A expectativa é que haja a definição de metas quantificáveis com relação ao desenvolvimento sustentável. São esses critérios que servem de embasamento para definir o que hoje está recebendo o nome de economia verde. A definição dessas metas vai ajudar muito o balizamento da maioria dos países para alcançar resultados concretos e palpáveis num futuro próximo. Temos convicção de que essa reunião poderá ser muito útil”, explicou.

O líder da Minoria na Câmara ressaltou que os objetivos para a sustentabilidade devem ser adotados em todos os países e não apenas nos mais pobres. “Teremos que transformar o mundo inteiro em uma economia sustentável. São metas que deverão ser abraçadas pelo mundo todo. Há muitas coisas que podem ser discutidas”, apontou.

Uma das sugestões do tucano é que bens e serviços ambientais não possam ser taxados no comércio internacional. Segundo ele, o tema constava na Declaração de Doha, mas acabou não sendo votado pela Organização Mundial do Comércio. “Há um campo imenso. Basta termos vontade, decisão, arrojo e coragem para avançar. O Brasil foi vanguardeiro na conferência do Rio em 92 e cinco anos depois, quando foi aprovado o Protocolo de Kyoto. Esperamos que essa postura volte a ser tomada pelo governo Dilma”, concluiu.

Agenda 21

→ Os presidentes da França, François Hollande, da Rússia, Vladimir Putin, da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, confirmaram presença.

→ A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Cúpula da Terra ou Eco-92, reuniu 108 chefes de Estado para buscar mecanismos que rompessem o abismo norte-sul preservando os recursos naturais da Terra. Após negociações marcadas por diferenças de opinião entre o Primeiro e o Terceiro mundos, a reunião produziu a Agenda 21, documento com 2.500 recomendações para implantar a sustentabilidade.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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8 junho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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