Renda comprometida


Para Mendes Thame, política do Executivo endivida famílias e paralisa crescimento

O líder da Minoria na Câmara, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), em pronunciamento no plenário nesta segunda-feira (4), criticou a política do governo de acelerar a economia apenas estimulando o consumo dos brasileiros. Ele comentou ainda a estagnação da produtividade da indústria e a perda de competitividade do setor diante das incertezas da crise internacional.

Segundo Mendes Thame, o incentivo ao consumo para segurar a economia criou um endividamento excessivo das famílias no país. A diferença mais importante, contudo, não se refere ao estoque da dívida, e sim ao comprometimento de renda na amortização do principal e no pagamento de juros. “No Brasil, o comprometimento de renda situa-se atualmente em 22% da renda disponível, e nos Estados Unidos, incluindo automóveis e hipotecas, chega a 16%, menor do que no Brasil”, afirmou.

Play
baixe aqui

O tucano explica que outro problema enfrentado pelo governo é a estagnação da produção industrial. “A baixa taxa real de juros não consegue estimular a indústria, que fica ensanduichada entre dois polos. Sofre o empurrão de custos gerado pela elevação dos salários, o que poderia ser compensado se a produtividade média do trabalhador estivesse se elevando”, disse.

Mendes Thame ressalta que a indústria vê suas margens se estreitarem, desestimulando a produção, que continua parada diante das taxas reais de juros. Ele lembra que a depreciação cambial apenas em parte ajuda a retomar a competitividade das exportações, mas no curto prazo, potencializada pela elevação de salários.

O deputado destaca que o governo do PT conseguiu destruir a rentabilidade do etanol. De acordo com ele, o governo controla o preço da gasolina e cobra os mesmos impostos dos combustíveis. Mendes Thame destaca que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,2% no trimestre, segundo o IBGE. A agricultura ficou atrás da indústria, tendo uma queda de 7,3% sobre o trimestre anterior. Os investimentos caíram 1,8%. E a taxa da poupança caiu de 19,5% do PIB no primeiro trimestre de 2011 para 18,7%.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
4 junho, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *