Economia despenca

Queda nos investimentos afeta desenvolvimento do Brasil, avalia Pestana

O deputado Marcus Pestana (MG) reprovou o desempenho da economia e alertou para a queda da competitividade brasileira durante pronunciamento em plenário nesta segunda-feira (4). As medidas pontuais do governo para estimular o setor não estão surtindo efeito, de acordo com o parlamentar. Para o tucano, a área não anda bem e a propaganda governamental não consegue mais esconder a realidade. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas do país – é um exemplo disso.

“O avanço da economia no primeiro trimestre de 2012 foi de apenas 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Podem dizer que isso se deve à crise internacional, mas o Brasil fugiu totalmente da curva”, ponderou, ao citar o desempenho de países como China (8,1%), Índia (5,3%), Rússia (4,9%) e África do Sul (2,1%). “Poderiam dizer que essas economias não são comparáveis à do Brasil. Vejamos nossos vizinhos latino-americanos: Peru 6%, Venezuela e Chile 5,6%, Argentina 4,8% e México 4,6%”, apontou.

Pestana afirmou que os investimentos estão despencando. Para ele, a indústria e a infraestrutura são os setores mais afetados. Na sua opinião, o governo não age de forma adequada para estimular o desenvolvimento. “É o investimento que alimenta o consumo e não o contrário. O modelo de consumo puxado pelo crédito está se esgotando com o aumento do endividamento das famílias e da inadimplência. Os economistas classificam isso como voo de galinha”, destacou.

O deputado disse que a falta de competitividade é causada, entre outros fatores, pela ausência de reformas no sistema tributário e na legislação trabalhista. O parlamentar condenou a “baixíssima vontade e capacidade reformista” da gestão petista. “A produtividade da economia cresce a passo de tartaruga. A carga tributária cresce a cada ano e as desonerações dadas aqui e ali privilegiam determinados setores e sacrificam outros”, criticou.

Pestana lamentou a hegemonia governista no Congresso: a oposição tem menos de 20% dos votos na Câmara e no Senado. “O PT, que não tem verdadeira cultura aliancista, suporta e instrumentaliza seus aliados, transfigurando o presidencialismo de coalisão em cooptação. Verbas orçamentárias e cargos de uma forma antes nunca vista para a formação de uma maioria flácida e sem identidade programática, e o esvaziamento dos debates no Congresso”, disse. O parlamentar condenou ainda o uso abusivo das medidas provisórias e o aparelhamento do Estado pelo governo.

O deputado considera gravíssimos os ataques do PT à mídia e a tentativa de controle dos meios de comunicação. “A liberdade de imprensa é um dos pilares principais da democracia. É preciso reavivar a consciência democrática da sociedade brasileira contra o crescimento desses rompantes autoritários e reacionários”, apontou.

O tucano ressaltou diferenças positivas entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula como o reconhecimento do legado de Fernando Henrique Cardoso, a convivência com os ex-presidentes e a moderação de Dilma em relação à verborragia de Lula.

Por fim, Pestana declarou que o PSDB e a oposição consolidarão o seu papel e sua ação política, movidos por convicções profundas e compromissos sólidos na democracia. “A história nunca é definitiva e não permitiremos o crescimento de uma cultura política que pretende um partido único. A economia começa a emitir sinais preocupantes e a sociedade percebe de forma crescente os riscos e perigos presentes nos arroubos autoritários do PT”, concluiu.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: /Áudio: Elyvio Blower)