Proposta positiva

Macris: enquanto SP dá o exemplo, governo federal trata com descaso casos de desaparecimento

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, destacou nesta semana o lançamento do Programa Estadual de Busca das Crianças e Adolescentes Desaparecidos. Com a iniciativa, Alckmin pretende reduzir o número de desaparecidos no estado. O deputado Vanderlei Macris (SP) comemorou a iniciativa e disse que ela deveria servir de exemplo para o país, já que o governo federal nada faz para combater o problema.

“Esse programa é um dos mais importantes que temos a levantar como debate. É um dos maiores dramas de uma família. A iniciativa mostra que há uma preocupação do governo estadual nessa direção. E essa preocupação não é vista no Executivo federal”, ressaltou nesta sexta-feira (1º).

Segundo lembrou, em novembro de 2010, a CPI das Crianças Desaparecidas aprovou relatório da deputada Andreia Zito (RJ) sugerindo uma série de ações para resolver o problema. Mas o poder público não deu a devida atenção ao tema. “Tivemos uma oportunidade com a CPI de levantar dados estarrecedores, mas infelizmente nada foi feito até agora”, lamentou. De acordo com ele, a questão deve ser tratada como caso emergencial e não apenas como questão de polícia, como ocorre hoje.

“É preciso atuar fortemente. E a iniciativa tucana tem esse viés. Na CPI foram feitas várias sugestões para que o cadastro nacional de desaparecidos fosse criado, mas, infelizmente, o poder público não destinou recursos suficientes para a implantação, o que é lamentável”, concluiu.

Segundo o governador, os dois eixos principais do programa são a prevenção e a localização de crianças e adolescentes desaparecidos. Primeiro, um trabalho preventivo intenso, campanha de conscientização com distribuição de material informativo nas escolas, metrôs, delegacias, hospitais, etc.

“Infelizmente, no Brasil, perto de 40 mil crianças e adolescentes desaparecem todo ano. É um número muito grande que, com a participação da sociedade civil, vamos reduzir”, apontou Alckmin, que também destacou a tecnologia de progressão de idade em três dimensões. “O programa de computador permite saber qual é a aparência da criança desaparecida hoje.”

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)