Usuários sacrificados


Parlamentares lamentam perda no ganho da poupança após aplicação das novas regras

Com a redução da taxa básica de juros para 8,5% ao ano, as novas regras da poupança passam a ser aplicadas. Na avaliação dos deputados Marcus Pestana (MG) e Alfredo Kaefer (PR), a queda dos juros é boa para a economia como um todo, mas vai sacrificar os pequenos poupadores. Segundo os parlamentares, o governo poderia adotar outros caminhos que não prejudicassem os investidores da aplicação tradicional.

Para Pestana, a queda da taxa é fundamental para um crescimento forte e sustentável do país, mas o preço será pago pelos usuários da poupança. “Isso era demanda geral, porque o Brasil tem crescido a índices medíocres, mas o sacrifício está indo para o pequeno poupador, que a partir de agora já será sacrificado”, afirmou.

Play
baixe aqui

De acordo com o deputado, com as novas regras os poupadores receberão quase 15% a menos do que no cálculo anterior, dependendo do valor aplicado. Os depósitos efetuados na poupança a partir de 4 de maio terão remuneração de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR), ou seja, 5,95% ao ano. Para depósitos anteriores a essa data, o rendimento continuará sendo de 6,17% mais TR.

A justificativa oficial é de que as alterações na poupança vão reduzir os juros. O deputado ressaltou que a bancada tucana apresentou várias emendas à Medida Provisória 567/12, que muda as regras.

“Outros caminhos existiam. Temos que procurar sempre preservar esses setores de menor renda. Era possível imaginar saídas que não afetassem o pequeno poupador”, completou. Uma das medidas, na avaliação do tucano, seria a redução de despesas da União. “A raiz disso tudo é o custo do governo, que gasta mais do que arrecada”, disse.

Na opinião de Kaefer, o Executivo deve trabalhar para reduzir os juros, mas é preciso fazer isso com consistência e fundamento. “Tem que atrelar a medida à disciplina fiscal, à redução dos gastos públicos e à contenção de despesas de todo o Estado. Outra saída é redirecionar o gasto público com a máquina para a infraestrutura e uma base sólida que projete o crescimento do país”, avaliou.

Segundo ele, é lamentável o Planalto mexer em uma aplicação que faz parte da tradição brasileira. “Lamentamos que tenha se mexido em um instrumento tão enraizado na cultura nacional. É possível fazer uma política fiscal e conter a taxa de juros sem mexer na poupança e manter aquele ganho real da aplicação”, acrescentou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Alexssandro Loyola e Gustavo Lima/Agência Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
31 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *