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Convocação dos governadores de Goiás e do DF trará isonomia à investigação da CPI do Cachoeira, diz líder

A convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo, e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, para depor na CPI do Cachoeira foi comemorada pelo líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). Para o tucano, a vinda de ambos dá isonomia aos trabalhos da comissão. Já o pedido para ouvir o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi rejeitado. A data dos depoimentos ainda não foi definida.

“O PSDB está absolutamente satisfeito por termos tido a oportunidade de garantir a vinda de Perillo e fazer com que o PT possa também falar o país”, disse Araújo nesta quarta-feira (30). “A convocação de Agnelo dá isonomia a esse debate. Que venham agora os governadores e exponham o que for necessário à CPI, ao país e aos seus estados”, completou.

O líder tucano destacou que a vinda do petista enfraquece a afirmação do ex-presidente Lula de que tinha o controle absoluto da CPI. “É a vitória de uma instituição que precisa investigar com isenção. Nós temos uma grande diferença. O governador do PSDB tomou a iniciativa, veio ao Congresso, disse que quer falar, o seu partido exigiu a sua convocação. O outro foi tomado de surpresa, não imaginava vir na CPI”, comparou o tucano, ao lembrar que Perillo esteve ontem no colegiado e pediu para ser ouvido, mas não foi atendido.

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Macris é indicado para integrar comissão de inquérito

Agnelo é citado nas gravações da Polícia Federal. Segundo a PF, a construtora Delta teria um esquema de corrupção com o governo do DF. O terceiro-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, que trabalha para o contraventor Carlos Cachoeira, diz que o “zero-um”, o “Magrão”, quer falar com ele.

Araújo ressaltou que o depoimento de Sérgio Cabral pode acontecer em outra ocasião. “Não há conexões objetivas que levassem a vinda do governador. Isso não impede que em outro momento, chegando novas informações à CPI, sobretudo com a quebra do sigilo nacional da Delta, eventualmente, o governador do Rio possa vir”, explicou.

O deputado Carlos Sampaio (SP) rechaçou a tentativa de aprovar a quebra de sigilos do governador Perillo. A votação do requerimento foi adiada. “Não há pertinência para a quebra de sigilos de governadores neste momento. A medida pode ser cabível em outro determinado momento, mas não agora”, destacou Sampaio. O parlamentar defende que eventual quebra de sigilo só ocorra após as oitivas.

Foram aprovados também os requerimentos de quebras de sigilo bancário, telefônico e fiscal do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de empresas utilizadas pela organização, além de pessoas físicas envolvidas com a quadrilha. Os parlamentares aprovaram ainda pedido ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) sobre as movimentações financeiras consideradas atípicas do senador.

Seis pessoas seriam ouvidas na manhã desta terça-feira pela CPI. Entre elas, Claudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro Oeste, e Gleiber Ferreira da Cruz, considerado braço direito de Cachoeira. O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus a cinco dos convocados. O sexto, Jayme Eduardo Rincon, apresentou atestado médico. Apenas Lenini Araújo de Sousa se defendeu e pediu para remarcar a oitiva para depois do seu depoimento à Justiça Federal, que acontecerá amanhã em Goiânia. Os outros convocados eram Rodrigo Moral e José Olimpio Queiroz.

O líder da Minoria, Antonio Carlos Mendes Thame (SP), cobrou, durante a sessão, uma manifestação formal da presidência da CPI sobre a atitude de Lula. Segundo reportagem da “Veja”, o ex-presidente teria pressionado o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes para adiar o julgamento do mensalão. Em troca, o ex-presidente ofereceria ao magistrado proteção na CPI.

A frase

“O PT foi pego de surpresa com a convocação do seu governador.”

Bruno Araújo (PE), líder do PSDB na Câmara

(Reportagem: Alessandra Galvão e Djan Moreno/Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)