Desrespeito ao consumidor


Marchezan: governo está perdido e não consegue proteger consumidor dos maus serviços de telefonia

O deputado Nelson Marchezan Júnior (RS) afirmou, nesta quarta-feira (30), que não há interesse do governo federal em resolver as queixas de consumidores em relação aos serviços de telefonia. O tucano lamenta as constantes reclamações e ressalta que o Executivo federal está perdido diante do problema. Ele participou de audiência conjunta das comissões da Amazônia e de Defesa do Consumidor com a presença do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para discutir o tema.

“Ficou claro que existe um problema de comunicação entre o que o ministro pensa, o que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) faz, o que as operadoras  relatam e o que os consumidores percebem nas suas linhas quando ligam para fazer reclamações e quando vem a conta. Há uma grande diferença entre o que está sendo dito e a realidade”, apontou o tucano.

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Segundo o parlamentar, os próprios números da Anatel não refletem o discurso do órgão. Na sua visão, a agência é permissiva com as empresas. Em 15 anos de funcionamento, a entidade aplicou apenas 91 suspensões nos serviços de um total de 60 mil penalidades. Má qualidade no atendimento, ligação interrompida e cobrança indevida são as maiores reclamações.

Para o tucano, o governo faz com a telefonia o mesmo que fez com os veículos: incentiva, não dá segurança aos clientes nem faz os investimentos necessários. “Total falta de planejamento e organização. E isso é percebido nas próprias declarações da Anatel, do ministro, das empresas e dos investidores”, disse.

Paulo Bernardo defendeu que a presidente diminua a carga tributária para ampliar o número de linhas telefônicas. No entanto, já existem 240 milhões de linhas que não prestam bom serviço.

“Infelizmente não percebemos nenhum interesse em mudar esse quadro. O governo está perdido. A Anatel não recebe os recursos necessários e não faz questão de fiscalizar o que é preciso. E quando faz isso, não aplica as penalidades que deveria. Os maus serviços prestados continuam a ser vendidos”, lamentou.

Segundo Marchezan, a Anatel tem focado as suas horas de fiscalização nas áreas com menos reclamações. Há 19 empresas com ações judicias contra  serviços de atendimento ao cliente (call center). Dessas, 11 são de comunicação.

A frase:

“O ministro disse que se diminuírem os impostos, venderiam como pipoca as linhas telefônicas e os aparelhos. Mas essa pipoca é extremamente salgada. O governo despejou um pacote de sal e continua vendendo ela bem salgada. Eles deveriam corrigir o problema para depois ampliar o mercado. Mas não estão nem aí.”

Deputado Nelson Marchezan Júnior (RS)

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)

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30 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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