Retrocessos sucessivos

Deputados criticam exploração eleitoreira do pré-sal pelo PT e lamentam retrocessos em estatal

Tucanos que participaram nesta terça-feira (29) do debate promovido pelo ITV e pelo PSDB sobre os rumos na exploração do pré-sal criticaram o uso político-eleitoral da descoberta da nova camada de petróleo pelo PT, sobretudo na campanha eleitoral de 2010. Até agora o país não colheu nenhum dividendo da realidade fantasiosa exaltada pelos petistas na ocasião. Os parlamentares também lamentaram os retrocesso na Petrobras, que vem sofrendo perdas nos últimos anos em virtude da má gestão e do aparelhamento político de cargos importantes na estrutura da empresa.

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), reforçou o diagnóstico negativo apresentado pelo presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, em relação à Petrobras. “O resultado da partidarização é a ineficiência. A empresa vale cada vez menos, o Brasil está importando o que não era para importar e não desenvolve o que deve ser executado”, apontou o tucano após o evento. Exemplo da incompetência é que durante o governo Lula o preço do barril de petróleo passou de US$ 100, mas a empresa brasileira não soube aproveitar a situação. “Era natural que a Petrobras crescesse muito mais, mas não aconteceu nada disso”, condenou.

Vaz de Lima (SP) também lembrou que o PT tratou o tema de forma eleitoreira em 2010, transformando a descoberta da nova camada em solução para todos os problemas do país. “Mas o que precisamos é debater de que forma o pré-sal pode mudar o rumo da economia do país e melhorar a vida das pessoas. Ou seja, como podemos tirar as melhores vantagens para aperfeiçoar a infraestrutura, a saúde, a educação e distribuir essa riqueza para todos”, apontou.

Domingos Sávio (MG), por sua vez, lembra que o pré-sal não é uma descoberta do governo Lula, como os petistas tentaram vender para opinião pública, mas sim fruto de um trabalho de pesquisa efetuado ao longo do tempo. “O PSDB sempre tratou o assunto com responsabilidade. No entanto, as gestões petistas fizeram disso uma progaganda demagógica e sem a seriedade exigida pelo tema”, reprovou. A abordagem inadequada, segundo ele, também impede a tomada correta de decisões. “Estão aí os prefeitos reclamando a ausência de definição clara em relação aos royalties. É preciso que isso seja debatido com visão de Estado, e não tenho duvida de que essa é a proposta do ITV com o evento realizado hoje em Brasília”, finalizou.

(Reportagem: Marcos Côrtes/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)