Apuração completa
CPI aprova quebra de sigilo regional da Delta, mas tucanos cobram investigação nacional
A CPI Mista do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira (17) quase uma centena de requerimentos, inclusive a quebra de sigilo da construtora Delta na região Centro-Oeste e no Tocantins. Os deputados Fernando Francischini (PR) e Carlos Sampaio (SP) defenderam o acesso às ligações e movimentações fiscais e financeiras da empresa em âmbito nacional, mas o apelo da oposição foi atropelado pelos governistas.
Os dois parlamentares foram favoráveis ao adiamento da votação da quebra de sigilo nacional após o relator, Odair Cunha (PT-SP), garantir que esse é um dos próximos itens da pauta. De acordo com Francischini, se o pedido fosse apreciado hoje, seria rejeitado pelos governistas. “O relator se comprometeu em seguir a sequência dos requerimentos e o sexto deles é a quebra do sigilo bancário nacional da empreiteira”, destacou. Mais de 300 documentos continuam pendentes, mas não havia condições de votá-los na reunião de hoje, que durou quase seis horas.
baixe aquiSegundo Francischini, é uma vergonha para a comissão não buscar provas do envolvimento de uma empresa que possui contratos com governos estaduais e federal e participava do esquema comandado pelo contraventor Carlos Cachoeira.
“Votamos sob a condição de, na próxima votação, o relator colocar todos os pedidos”, destacou. Entre estes estão as convocações do ex-presidente da Delta Fernando Cavendish e de governadores citados em ligações monitoradas pela Polícia Federal. A comissão aprovou ainda a quebra de sigilo do ex-diretor da empresa no Centro-Oeste Claudio Abreu e de Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, um dos principais auxiliares de Cachoeira.
Também foi acatado um requerimento ao ministro do STF Ricardo Lewandowski para a revogação do sigilo imposto aos inquéritos das Operações Vegas e Monte Carlo. Os integrantes ratificaram também a quebra de sigilo de empresas fantasmas usadas pela organização criminosa e um pedido de informação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das movimentações financeiras de Cachoeira, Claudio Abreu, Dadá e outros membros do grupo.
“O destaque de hoje foram as convocações da quadrilha do Cachoeira, pessoas que podem trazer informações importantes, e as quebras de sigilo de empresas em nome de laranjas usadas pela Delta para corromper e fazer caixa dois eleitoral como mostram os indícios”, comentou Francischini. Vários dos requerimentos aprovados eram de autoria dos parlamentares do PSDB na comissão.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola /Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)
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