Produzir e preservar


Tucanos debatem pontos polêmicos do Código Florestal em audiência

A pedido do deputado Nilson Leitão (MT), a Comissão de Agricultura realizou audiência pública nesta quarta-feira (16) para debater os impactos e desdobramentos do Código Florestal. O objetivo principal foi esclarecer pontos polêmicos do texto, principamente aos jornalistas. Deputados do PSDB consideraram o debate importante e acreditam que a reformulação do código trará avanços.

De acordo com Leitão, o debate deve ser permanente. Segundo informou, o código não estimula a derrubada de nenhuma árvore, como muitos acreditam. “A intenção é acabar com essa divisão, com esse abismo entre quem produz e quem quer preservar. É possível fazer a produção e a conservação. O Brasil fez isso até hoje, tanto que é um dos países com a maior cobertura vegetal do mundo”, disse. “Temos 60% da cobertura vegetal. É possível fazer as coisas de forma ecologicamente correta e economicamente viável”, completou.

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Segundo o tucano, é importante mostrar para a sociedade que em uma fazenda vai haver uma reserva e, ao mesmo tempo, um campo produzindo alimento. “Queremos mostrar que o novo código não pode ser tratado como estão tratando. Tem gente que não leu um artigo e diz: veta Dilma. Não podemos demonizar nenhum setor. As propriedades têm que ser ambientalmente corretas e economicamente viáveis para poder dar alimento aos brasileiros”, reiterou.

O parlamentar considera a revisão um avanço. Segundo ele, a lei atual coloca na ilegalidade 4 milhões de produtores. Conforme lembrou, o novo texto legaliza essa situação. “Na Amazônia, por exemplo, uma propriedade de 10 hectares só pode usar dois. Os outros oito estão garantidos em reserva. E isso não vai mudar, como alguns pensam. São desinformações que não contribuem em nada. O novo código é ambientalista e, acima de tudo, da produção brasileira”, concluiu.

Duarte Nogueira (SP) espera que a presidente tenha bom senso e faça os vetos necessários. Segundo ele, alguns pontos precisam ser aperfeiçoados. Um diz respeito a defender produtores independentemente da largura dos rios. São aqueles que têm propriedades menores, portanto precisam ser tratados de maneira diferente. Outro ponto, acrescentou, envolve a questão da irrigação. “A presidente tem que respeitar a vontade dos brasileiros. Temos que defender os interesses do país.”

Para Domingos Sávio (MG), o debate sobre o assunto deve ser permanente. “Há muita desinformação e equívocos a respeito do tema. A informação deve ser verdadeira. É preciso estabelecer   mecanismos para a recuperação da reserva legal. Isso, sim, é um avanço”, ressaltou.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)

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16 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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