Processo descabido


Para tucanos, ação do PT contra reformulação visual no governo paulista é inoportuna e incoerente

O partido que aceitou passivamente a “decoração” dos jardins do Alvorada com uma estrela formada por flores vermelhas no governo Lula (veja foto) quer processar o Governo de São Paulo por alterações na identidade visual de peças publicitárias institucionais e de redes sociais. A ação será apresentada pela bancada do PT na Assembleia Legislativa sob a alegação de que as cores amarela e azul remetem ao PSDB. Deputados tucanos criticaram a ofensiva petista nesta terça-feira (15).

“Esta é uma iniciativa inoportuna e incoerente. O uso do amarelo está incomodando o PT? Isso não pode ser considerado desta forma, até porque a comunicação é dinâmica e precisa ser atualizada. Isso vem sendo feito ao longo da história pelos governos de São Paulo e também pela gestão federal”, contestou o deputado Vanderlei Macris (SP).

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O argumento petista é frágil. Ignora, por exemplo, o site especial feito pelo governo Geraldo Alckmin sobre a lei que trata da proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos no estado. O principal logotipo da campanha (imagem ao lado) usa bastante o vermelho, cor do PT. Por outro lado, se a linha de pensamento do PT fosse seguida à risca, o próprio governo federal estaria fazendo campanha implícita para o PSDB: a capa do manual de uso da marca do governo federal hospedado no site do Ministério do Turismo é amarela.

“Todas as gestões têm seu espaço de comunicação institucional. O governador Geraldo Alckmin é muito preocupado em cumprir a lei e é isso que ele está fazendo”, reforçou Macris. Para William Dib (SP), a ação mostra “o ridículo que a política pode chegar e o radicalismo do PT”. Na avaliação do tucano, o que importa é o uso de cores visualmente agradáveis e que chamem a atenção da população, como ocorre com o vermelho na campanha antiálcool, passando a ideia de proibição.

De acordo com o manual explicativo da reformulação gráfica, o azul remete a idéias como calma, equilíbrio e daria a sensação de conforto ótico. Já o amarelo, à energia que o governo busca passar. Em entrevista ao “Estadão”, a coordenadora de marketing do projeto, Mariana Montoro, ressaltou que o uso das cores obedece a critérios técnicos. De acordo com ela, as tonalidades são eleitas conforme a finalidade da peça.

(Da redação/ Áudio: Elyvio Blower)

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15 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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