Juros elevados


Para William Dib, nova regra da poupança limita ganho de usuários da caderneta

Para o deputado William Dib (SP), a alteração nas regras de rendimento da poupança proposta pelo governo visa limitar o ganho dos usuários da caderneta e garantir os elevados ganhos dos bancos, que continuarão cobrando as mesmas taxas em financiamentos habitacionais. A medida mexe na rentabilidade da poupança, de 6% ao ano, que vigorava desde 1861.

“O argumento usado para esse ato é o de evitar que a poupança renda mais que os títulos da dívida pública, tornando-se assim mais atraente, o que significaria uma ameaça à continuidade do processo de venda de títulos. Ao admitir isso, o próprio governo confessa que tem de oferecer juros altos para os rentistas”, disse em plenário nesta terça-feira (15). Para o tucano, atrelar esse tipo de investimento à taxa Selic atende somente ao setor financeiro.

Play
baixe aqui

Segundo o parlamentar, as taxas de juros brasileiras são artificialmente elevadas e dificultam o crescimento da renda, representando a maior causa conjuntural da pobreza no Brasil. De acordo com dados da Fecomércio, os juros pagos pelas famílias no primeiro semestre de 2011 chegaram a R$ 150 bilhões.

Em relação às condições de vida da população, Dib avalia que Brasil ainda é muito pobre, desigual e não oferece condições mínimas de saúde e educação, apesar das melhorias nos últimos anos. “Os avanços não significam que atingimos um nível de desenvolvimento satisfatório, apesar de todo o esforço da propaganda oficial em nos convencer disso. Os avanços na última década foram lentos e insuficientes”, afirmou.

A grande quantidade de brasileiros em estado de penúria já obrigou o atual governo a rever uma de suas principais promessas de campanhas: a erradicação da miséria. Para atenuar um eventual fracasso nessa área, a equipe mudou os critérios de avaliação e classificação de pobreza. O limite para a miséria passou de R$ 136 para R$ 70 por mês para o sustento individual.

Além disso, políticas públicas para combater a pobreza, como as de saneamento, estão longe de alcançar a eficiência desejada. De acordo com o Censo 2010, apenas 55% dos domicílios estavam ligados à rede de esgoto. Na educação, o analfabetismo continua presente em boa parte da população. “Sabe-se que a educação de qualidade é o único caminho para que as famílias possam superar a indigência e transformar a sociedade mais igualitária. Mas, infelizmente, neste caso não houve muito a comemorar no país na década passada”, criticou o tucano.

(Da redação/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
15 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *