Mais consumo?


Novas regras podem diminuir aplicações na poupança e estimular volta da inflação, alerta Kaefer 

O deputado Alfredo Kaefer (PR) alerta para o risco de as novas regras criadas pelo governo Dilma para as aplicações em cadernetas estimularem o consumo em detrimento da poupança, contribuindo para o aumento da inflação – até agora o principal legado do Plano Real.

A advertência do parlamentar foi feita em gravação do programa “Palavra Aberta”, da TV Câmara, que será exibido amanhã em três horários: 8h, 15h15 e 19h45, paralelamente à sua transmissão pela Rádio Câmara. “O governo Dilma Rousseff está mexendo num vespeiro e desconstruindo algo que era sólido e que faz parte da cultura brasileira”, apontou o parlamentar, empresário com com atuação em vários setores da economia brasileira, sobretudo o de agronegócios.

Questionado sobre possíveis desconfianças de poupadores sobre as novas regras após o trauma provocado pelo confisco de depósitos durante o governo Collor, Kaefer comenta a probabilidade de que as suspeitas realmente ocorram com a tentativa governamental de reduzir a rentabilidade das cadernetas para continuar rolando a dívida interna com base na venda de títulos públicos remunerados pela taxa Selic de 7% a 8% ao ano.

“Se por acaso fizermos uma conta simples, veremos que o pagamento de 70% da Selic mais TR vai corresponder a uma rentabilidade anual da caderneta de poupança de menos de 2% ao ano”, apontou. Essa, conforme explica, é a “razão matemática” da sua posição contrária às mudanças das regras para a caderneta de poupança.

Acrescenta, contudo, que há outra razão também importante: a aplicação nela “faz parte do patrimônio cultural do brasileiro, desde 1861, quando a caderneta de poupança foi criada por D. Pedro II”. E acrescenta: “O país precisa preservar essa cultura e estimulá-la porque a poupança ainda é muito baixa em relação ao Produto Interno Bruto, diante das necessidades de investimentos não apenas em habitação mas também em outras áreas.”

O parlamentar conclui que, caso tivesse de tomar uma decisão sobre o assunto, manteria as regras atuais da caderneta e estimularia sua expansão e diversidade de aplicações. Por isso, informa que vai lutar pela reversão da Medida Provisória que criou as novas regras. Além disso, apresentará emenda para equiparar o rendimento dos depósitos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ao da caderneta de poupança com base nas regras anteriores. A seu ver, é uma injustiça remunerar os depósitos do trabalhador com taxa inferior àquela da poupança sob as regras anteriores.

(Da assessoria do deputado, com alterações/Foto: Gustavo Lima – Ag. Câmara)

Compartilhe:
14 maio, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *